Já pensou em ficar preso com pessoas desconhecidas em um lugar
que é o terror dos claustrofóbicos? Com um roteiro de Marc Rosenberg (que assinou também o roteiro do razoável longa "Um Verão Para Toda Vida"), “Elevator”, é um suspense com apenas (ou
quase) um cenário onde quem comanda o andamento são os personagens. A história
é esquecida (não sei se foi uma tática isso) em alguns momentos de clímax o que
prejudica muito o olhar do cinéfilo, que se sente perdido. Para a história
conseguir ser interessante, os personagens tentam ser a chave principal de
interação com o público. O filme quase consegue essa aproximação, possui bons e
terríveis momentos nesse aspecto.
Na trama, nove estranhos ficam presos em um elevador de Wall
Street quando estavam chegando em uma festa de um empresário milionário. Conforme
os minutos vão passando vamos conhecendo um pouco cada uma daquelas almas
presentes no cubículo: o dono da festa (o milionário já mencionado), a neta
deste último (que apronta muito dentro do elevador), uma senhora que se diz
investidora, um segurança muçulmano, um comediante judeu claustrofóbico, uma
repórter famosa (sempre tem que ter uma repórter, vocês já perceberam isso?), o
namorado dessa repórter que trabalha no prédio, um simpático funcionário que
tenta acalmar sempre a todos e uma linda mulher grávida. Após um ataque de
pânico e um ataque cardíaco descobre-se que um deles tem uma bomba e agora eles
farão qualquer coisa para sobreviver.
Quando o roteiro tenta cruzar as histórias, acaba caindo na
armadilha do estereótipo. Judeu com muçulmano, empregado com empregador,
triângulo amoroso, traição no trabalho... Tudo que já vimos em outros verões,
cadê a originalidade? O filme não assusta quando tem que assustar, tem piadas
sem graças e diálogos que não se encaixam.
“Elevator” lembra
muito o filme “Demônio” (história
criada pelo indiano M. Night Shyamalan),
porém, não consegue criar o clima necessário, como esse último pelo menos
tentou. A fita é dirigida pelo norueguês Stig
Svendsen que tenta fazer um feijão com arroz e deixar tudo nas mãos dos
artistas em cena, não vemos movimentos de câmera que influenciem as sequências
nem que criem tensão para o que vemos na tela. Ajudaria muito se a direção
tentasse inovar um pouquinho.
Mesmo com todos os ‘poréns’ o filme poderia ter decolado mas
o desfecho destrói qualquer tentativa de dar uma qualidade e originalidade à
essa história. Previsível como o pãozinho
francês da padaria.