Uma pessoa firme e de liderança. No novo trabalho da
cineasta Malu De Martino (Como Esquecer), Margaret Mee e a Flor da Lua, acompanhamos e deciframos juntos com
a protagonista os mistérios de uma das regiões mais impactadas pelas ações anti-ecológicas
dos seres humanos, a floresta Amazônica. Em pouco mais de 80 minutos, por meio
de narrações, entrevistas e relatos emocionados nos apaixonamos por essa
história, sendo adorador da biologia ou não.
Ilustradora e amante da botânica, Miss Margaret, como um
vizinho carinhosamente a chamava, logo em sua primeira expedição se apaixonou
pela região do Amazonas, onde muitas vezes parecia sobrevoar um oceano de emoções.
A diversidade da flora amazônica sempre foi um mundo sedutor para os adoradores
da natureza e a corajosa britânica traçou seus objetivos que destinavam ao
encontro com nosso país. A Flor da Lua, uma espécie de subtítulo da trama, foi
o seu último grande desenho e longe de não ser uma desafiante aventura.
A corajosa e determinada artista levantou questões
importantes sobre a situação da Amazônia, enfrentava autoridades e se colocava
como uma grande protetora da nossa floresta. Depoimentos de ecólogos,
botânicos, amigos e engraçados relatos de vizinhos comprovam que a inglesa
apaixonada pelo Brasil (que tinha uma casa no bairro de Santa Teresa, no Rio de
Janeiro) era uma mulher a frente do seu tempo em muitos sentidos.
O bom documentário, não deixa de ser um trabalho denúncia. Dona
de olhos azuis expressivos e atitudes de pulso firme, a protagonista desta
história chegou a enviar um livro com uma dedicatória polêmica ao ex-
presidente militar Ernesto Geisel, onde deixava implícito seu pedido de
proteção à Amazônia.
O público é introduzido a essa história passeando por lindas
imagens de arquivo e captações maravilhosas feitas na maior floresta do mundo.
Você não pode deixar de conferir essa grande aventura e conhecer melhor essa
grande mulher. Que os documentários
brasileiros continuem nos enchendo os olhos.