Rodado no México e no Canadá, chega aos nossos cinemas na
próxima sexta-feira (20) o mais novo trabalho da dupla de brasileiros Alice
Braga e Wagner Moura, Elysium. Muito bem contextualizado e tendendo mais ao
lado da ação do que o da conscientização, o diretor do excelente Distrito
9, Neill Blomkamp, tenta criar um universo sci-fi com muitas
referências a nossa sociedade de hoje deixando a desejar apenas em seu roteiro
tremendamente superficial.
A ficção científica comandada por Blomkamp é ambientada em
um futuro próximo onde os humanos se dividem em dois lares: a terra que
conhecemos hoje - onde ficam os mais pobres - e Elysium, uma espécie de estação
espacial onde moram os ricos que não morrem e se curam de todas as doenças. O
eterno Jason Bourne, Matt Damon (Compramos um Zoólogico), vive Max da
Costa um famoso ladrão de carros que após um acidente na fábrica em que
trabalha, ganha uma armadura (impossível não fazer uma analogia à Robocop) e
vai em busca de sua cura e a da humanidade.
O enredo é mais simples que o último trabalho de Blomkamp, Distrito
9. Não possui complexidades e nem de longe é um filme difícil de se
entender. Nos primeiros minutos, a impressão que passa é a de que vamos
conferir um dos grandes lançamentos do ano. Pena que essa sensação dura apenas
15 minutos, no máximo. O filme acaba se perdendo em sua simplicidade e o lado ‘cinema
pipoca’ acaba dominando a maioria das cenas.
O elenco é um dos pontos altos do filme. O ator que faz o enigmático
personagem Kruger - Sharlto Copley (Distrito 9) – rouba a cena em
algumas sequências utilizando muito improviso em seu personagem – que é um dos
vilões da história. Alice Braga interpreta a sofrida Frey, uma espécie de par
romântico do personagem principal. O trabalho da veterana das telonas deixa a
desejar e se parece muito com sua personagem no filme Eu sou a Lenda.
Wagner Moura mostra mais uma vez uma maturidade gigante em
um importante papel na trama, Spider, um contrabandista que ajuda o
protagonista a encontrar seu destino. Para alguns vilão, para outros um dos
mocinhos da trama, Moura consegue mostrar ao público toda sua versatilidade
como ator agora falando inglês fluente. Com toda certeza, após mais esse belo
trabalho, as portas vão continuar abertas para o ator baiano no mercado
internacional.
Mesmo com um clima de ação e aventura que empolga o público
em algumas cenas, Elysium não consegue se aprofundar no que pretendia, deixando um
bom argumento sem grandes desenvolvimentos, afogando-se a cada segundo em
intensas cenas de tiros e explosões.