Baseado no best seller internacional de Elsa Lewin, chegou
aos cinemas na última sexta-feira (13) o thriller Eu, Anna. Nesse primeiro
longa metragem do diretor britânico Barnaby Southcombe somos jogados em uma
trama misteriosa onde o jovem cineasta tenta criar elementos surpreendentes a
todo instante o que acaba provocando uma lentidão exagerada na narrativa
cinematográfica. O ponto positivo fica para a atuação impecável da experiente
britânica Charlotte Rampling (Melancolia).
Durante os 93 minutos de fita frequentamos a vida misteriosa
de Anna Welles (Rampling)que após passar por um doloroso divórcio se envolve com
o desiludido inspetor chefe Bernie Reid (Gabriel Byrne) que investiga um caso
de assassinato. Aos poucos vamos descobrindo os segredos desta mulher de meia
idade que possui um relacionamento conturbado com sua própria mente, além de
estar ligada a uma série de acontecimentos estranhos que ocorreram na cidade
nos últimos dias.
Como todo filme de suspense, a trilha sonora tem papel
importante. Só que neste caso, é mais um elemento que atrapalha a interação com
o público. A narrativa lenta e o complexo quebra cabeça que é instaurado deixam
o espectador confuso. Em muitas
sequências no decorrer a trama, o diretor apresenta diversos detalhes que ao
desfecho do filme vemos não serem tão importantes assim. Será que houve um
problema de adaptação? Pode ser, a questão é que não convence como cinema.
A veterana das telonas Charlote Rampling é a grande estrela
do projeto. Constrói sua personagem de maneira retilínea, sem brilho e com ar
confuso, deixando ao longo dos minutos o desespero e o ar do suspense ser
desmascarado pelo espectador. No final do trabalho há uma certa confusão
saudável, não sabemos definir se sentimos pena ou ódio da protagonista. Todas
as subtramas passam por Anna Welles e seria muito fácil se perder na personagem.
mas não com tamanha competência da artista britânica.
Pode ser que os amantes de thrillers curtam esse trabalho.
Clima de mistério, tensão e surpresas são ingredientes do projeto mas o
cinéfilo pode sair da sala de cinema com a leve sensação de que faltou alguma
coisa, ou, que todos esses elementos misturados foram mal dosados, exagerados.