A energia criativa e a confiança em arriscar, às vezes,
chega quando estamos no fundo do poço. O primeiro trabalho da cineasta Gillian
Robespierre conta uma profunda história sobre a arte de reconstruir uma vida. O
filme, baseado em um curta-metragem do ano de 2009, homônimo, de sucesso, não
daria tão certo senão fosse a interpretação inspirada da desconhecida atriz
Jenny Slate, que simplesmente dá um verdadeiro show a cada segundo seu em cena.
Obvious Child é uma história sobre
adultos em crise e o delicado pensamento sobre as escolhas que comandam o
destino.
Na história, conhecemos Donna (Jenny Slate), uma mulher triste
e sem muitos planejamentos sobre seu futuro que encontra um oásis quando sobe
ao palco e faz seu carismático e engraçado Stand Up Comedy. Sua vida muda
completamente quando leva um pé na bunda do namorado e conhece Max (Jake Lacy)
com quem tem uma noite de risos e sexo. A questão é que Donna engravida e assim
precisa tomar decisões que vão afetar completamente seu modo de ver a vida.
A trilha sonora tem uma forte influência na trama, entre um
stand up comedy e outro, dita ritmo da
redescoberta da vida na figura da protagonista. A personagem principal é
fascinante, se desconstrói em vários momentos. Uma atuação digna de Oscar da
ótima Jenny Slate. Delicada, sarcástica, completamente sem rumo na vida e
ativando frequentemente um infinito emocional, Donna faz com que o público sinta
pena, raiva e, de certa forma, interagir com tudo que acontece em cena.
A desconhecida inteligência sarcástica da vida envolvem os
90 minutos desse ótimo projeto. Esse, é um daqueles filmes que vamos discutir
durante muito tempo após os créditos começarem a subir, tem muitos assuntos
polêmicos e interessantes para ser explorados com aquele chopp e a boa conversa
cinéfila de cada dia.