Somos feitos de milhões de moléculas que nos guiam em nossa
formação física mas também racional, essa última, em relação a toda uma
sociedade deveras enlatada numa caixinha de atum. O novo projeto do ótimo
diretor Jason Reitman (Amor sem Escalas), mostra diversos conflitos familiares
provocados pela era da comunicação virtual, além de vestir a camisa como
crítica escancarada aos valores conservadores de uma América doente, perdida em
um medieval comodismo exagerado.
Na trama, acompanhamos alguns personagens, homens, mulheres
e jovens, que possuem características distantes mas que passam por grandes
conflitos existenciais. A mãe que controla a vida da filha, a outra mãe que
deseja que sua única filha seja famosa, um casal com problemas de sexo no
casamento, um estudante e destaque no futebol americano que se isola do mundo
quando a mãe abandona a família. Toda a angústia e aflições desses personagens
são escancarados pela câmera de Reitman.
Somos ou não somos importantes aos olhos da velha hipocrisia
de uma sociedade falida em seu modo de pensar? Homens, Mulheres e Filhos funciona quando buscamos a
complexidade/profundidade em cada uma das histórias apresentadas. Os
personagens procuram fazer com que o público enxergue problemas de uma
comunidade sem créditos de novos modos de pensar. As relações familiares, o
clímax de tudo que acontece na fita, são a interseção de todos os
acontecimentos que somos testemunhas. O roteiro possui inflexões que deixam
maçante alguns desdobramentos mas no geral é um trabalho interessante que
assistimos.
Ao melhor estilo Beleza
Americana, Homens, Mulheres e Filhos
deve agradar parte do público, principalmente aquele espectador que goste
de grandes debates sobre o modo de pensar da sociedade. Esse é um filme
indicado para professores de diversas cadeiras passarem em suas aulas. Há
muitos debates interessantes e temas que devem ser explorados.