Pô, sempre mais do mesmo! Em mais uma tentativa de moldar
comédias nacionais a partir de
estruturas hollywoodianas de roteiro, chega aos cinemas brasileiros nesta
quinta-feira (26.02) a comedia Superpai.
Repleto de piadinhas sem graças, o que causa mais choros de tristeza pelos
blockbusters do cinema nacional do que qualquer outra coisa, Superpai possui ainda personagens mal
desenvolvidos e principalmente um protagonista de dar pena. Já podemos
considerer esse, como um dos piores filmes que vão chegar ao nosso circuito
nesse ano.
Na trama,
conhecemos o complicado Diogo (Danton Mello), um homem de meia idade
desempregado, e metido a jogador de pôquer, que vive um momento familiar muito
ruim pois todo dia briga com sua mulher e ainda por cima não consegue criar um
forte vínculo paterno com seu único filho. Certo dia, na noite de uma festa de
veteranos de sua ex-escola, resolve deixar seu filho em uma creche e acaba se
metendo em grandes confusões.
Com direito
a vômitos a la O Exorcista, diálogos bisonhos e atuações terríveis, nos
sentimos no meio do deserto do Saara. Não existe Oásis, tudo é muito ruim. As
poucas piadas que encaixam e dão certo chegam da turma do stand up comedy que
faz uma participação no filme. O roteiro possui sua certa estrutura, moldados
por padrões norte-americanizados mas falta muita força cênica para o filme
decolar.
Superpai peca também por não possuir pontos de interação
com o público por conta dos inúmeros absurdos gratuitos que vemos nas
sequências. É um grande pacote de exageros que descaracterizam qualquer tipo de
obra cinematográfica que quer passar algum tipo de mensagem. Em muitos momentos
durante o filme, que cisma em não acabar, pensamos que esse projeto só serviu
para virar ponto de propaganda do Telecine Play. Nós cinéfilos ficamos tristes,
o cinema nacional merece mais.