Se você agir sempre com dignidade, talvez não consiga mudar
o mundo, mas será um canalha a menos. Dirigido pelo cineasta Tomas Portella, Operações Especiais, de longe, parecia
ser mais um longa-metragem fraco sobre violência no Brasil. Só que de perto, o
filme surpreende com um mira certeira no quesito composição dos personagens, o
que ofusca um pouco as cenas de ação. É um roteiro interessante, aborda pontos
importantes para entendermos melhor os dramas e conflitos diários de um
policial. É um dos melhores filmes brasileiros, do gênero, que conseguem êxito
nesse sentido, a construção é muito bem feita apesar de alguns exageros.
Na trama, acompanhamos a bela Francis (Cleo Pires), uma jovem
formada em turismo, recém aprovada no concurso da polícia civil do RJ. Em pouco
tempo de exercício de suas funções, é selecionada para uma operação policial em
outra cidade tomada por bandidos que fugiram a pouco tempo do RJ. Aos poucos
vai começando a se entender em sua nova profissão e passa por diversos testes
emocionais nesse processo tendo que, principalmente, provar suas competências
mesmo com um certo preconceito de alguns colegas de corporação.
O incrível que acontece nessa fita nacional é que a ação,
que geralmente é o ponto forte em filmes de ação propriamente ditos, fica em
segundo plano, chamam pouco a atenção apesar de cenas muito bem feitas. O filme
chega no aceitável no quesito ritmo, por mais que algumas vezes a protagonista
não consiga passar com profundidade o que se passa nas sequências. De qualquer
forma, é um bom trabalho de Cleo Pires, interpretando uma personagem bem
diferente em sua carreira. Mas o destaque para atuação vai para Fabiula Nascimento,
responsável por ótimas sequências dentro da história.
Com uma passagem relâmpago pelos cinemas, no segundo
semestre deste ano, o filme deve ganhar nova vida nas telas de TV em breve e
não deixa de ser uma boa indicação de cinema bem feito no Brasil.