Selecionado para diversos festivais durante todo o ano de
2015, estreou nos Estados Unidos em fevereiro de 2016, uma curiosa trama, que um
pouco se assemelha à clássica trilogia de Richard Linklater Antes do Amanhecer/Antes do Pôr-do-Sol/Antes
da Meia-Noite. Already Tomorrow in
Hong Kong é uma micro mais contagiante história de amor intangível. Ao
longo dos curtíssimos 78 minutos de projeção, somos testemunhas de profundos
diálogos que vão de uma criativa crítica ao mundo da tecnologia até as razões
pelas quais amamos alguém. Jamie Chung e Bryan Greenberg, os protagonistas, dão
um espetáculo de harmonia e fazem toda a magia do cinema acontecer a partir do
poder que as palavras possuem na hora que você conhece alguém.
Na trama, conhecemos Josh (Bryan Greenberg), um jovem
banqueiro norte-americano que mora faz uma década em Hong Kong. Certo dia,
quando está do lado de fora de onde acontece a festa de sua atual namorada,
acaba conhecendo a bela Ryby (Jamie Chung), com quem acaba passando as horas
seguintes passeando pelas ruas de Hong Kong. Em certo momento, quando Ruby
descobre que Josh tem namorada, eles se despedem. Um ano mais tarde, por uma
brincadeira do destino talvez, eles voltam a se encontrar por acaso e agora
precisam se entender, saber realmente se vão ser marcantes na vida de cada um.
Todo bom diretor sabe, assim como os jurados de Master Chef
Brasil, que o menos é mais. A diretora e também roteirista deste singelo e
profundo trabalho Emily Ting, em sua primeira direção de um longa metragem, adota
essa tática de confiar 100% no roteiro e na interação dos seus personagens principais.
Com diálogos inteligentes e objetivos, além de compreendemos melhor as
personalidades dos protagonistas, conseguimos ficar com aquele sentimento de
surpresa na espera do que realmente pode acontecer quando esss dois mundos bem
diferentes se chocam. Há semelhanças com a trilogia de Linklater, mas Already Tomorrow in Hong Kong consegue
ter sua própria essência, mexe com nossos corações e foca num princípio sempre
sugestivo, o da escolha que precisamos fazer em momentos chaves de nossas
vidas.
A única coisa de ruim que possa ter nesse texto sobre esse
lindo trabalho é a quase certeza de que esse filme não chegará ao circuito
brasileiro. Talvez pela falta de observação cinéfilas das distribuidoras, talvez
pela falta de coragem que ainda faltam em alguns de apostar em filmes que mexem
com nossos corações e não tem artistas famosos contando a história. De certo, é
que se você caro leitor tiver a chance de assistir a essa película, não perca
essa chance.