29/01/2017

Crítica do filme: 'Aliados'

Não há progresso se este não surgir através das dúvidas. Depois de diversos trabalhos impactantes na indústria cinematográfica mundial, como Forrest Gump, a trilogia De Volta para o Futuro, O Náufrago e tantos outros, o cineasta norte americano Robert Zemeckis volta às telonas em 2017 para mostrar uma trama repleta de referências a filmes antigos de espionagem onde o amor transborda e as escolhas viram conseqüências angustiantes. Aliados, protagonizado pelos excelentes atores Brad Pitt e Marion Cotillard é uma trama repleta de ação e suspense com revelações que se transformam em grandes reviravoltas ao longo dos intensos 124 minutos de projeção.

Na trama, ambientada no começa da década de 40, conhecemos o tenente coronel franco canadense Max Vatan (Brad Pitt), um espião em tempos de guerra que recebe uma missão em Casablanca, no Marrocos. Durante essa missão, que quase termina em tragédia para seu lado, conhece a bela e misteriosa agente francesa Marianne Beausejour (Marion Cotillard). Após conseguirem sair vivos da missão, ambos se apaixonam perdidamente e resolvem se casar e construir uma família. O problema maior dos pombinhos é que tempos mais tarde, Max é alertado por altas patentes do lado que luta que a esposa na verdade é uma espiã nazista que rouba essa identidade tempos atrás. Sem saber em quem acreditar e duvidando de tudo e todos, Max parte em uma missão pessoal que é descobrir a verdade sobre sua esposa.

Indicado ao Oscar, apenas na categoria de Melhor Figurino, o filme não deixa de ser uma pequena homenagem para o público que curte os filmes de espionagem. O roteiro, assinado pelo britânico Steven Knight (dos ótimos Locke e Senhores do Crime), é bem detalhista, tem grandes cenas de ação, uma espécie de clima noir no ar e muito suspense, estampado praticamente durante toda a fita pelas ações e descobertas dos personagens. É o típico filme que temos que esperar até a última cena para descobrir como montar as peças que faltam no tabuleiro.

A parte do romantismo e da descoberta do amor, lembra muito alguns filmes antigos na época dos lendários cineastas Michael Curtiz, Irving Rapper e tantos outros. Sempre com traumas e amores quase impossíveis ou muitas vezes sem aquele grande final feliz que todos esperam. O filme ganha contornos eletrizantes nos arcos finais, onde vira uma grande busca pessoal do protagonista para saber, na verdade, se tudo aquilo que viveu, sentiu com sua esposa era real ou fazia parte de um grande plano manipulador por conta dos objetivos da guerra, acima de tudo.


Aliados tem muitos méritos, não é um filme inesquecível mas é um filme para ser visto. Robert Zemeckis é um dos diretores mais acima da média em atividade, merece sempre a conferida dos cinéfilos.