Não há progresso se este não surgir através das dúvidas. Depois
de diversos trabalhos impactantes na indústria cinematográfica mundial, como Forrest Gump, a trilogia De Volta para o Futuro, O Náufrago e tantos outros, o cineasta
norte americano Robert Zemeckis volta às telonas em 2017 para mostrar uma trama
repleta de referências a filmes antigos de espionagem onde o amor transborda e
as escolhas viram conseqüências angustiantes. Aliados, protagonizado pelos excelentes atores Brad Pitt e Marion
Cotillard é uma trama repleta de ação e suspense com revelações que se
transformam em grandes reviravoltas ao longo dos intensos 124 minutos de
projeção.
Na trama, ambientada no começa da década de 40, conhecemos o
tenente coronel franco canadense Max Vatan (Brad Pitt), um espião em tempos de guerra
que recebe uma missão em Casablanca, no Marrocos. Durante essa missão, que
quase termina em tragédia para seu lado, conhece a bela e misteriosa agente
francesa Marianne Beausejour (Marion Cotillard). Após conseguirem sair vivos da
missão, ambos se apaixonam perdidamente e resolvem se casar e construir uma
família. O problema maior dos pombinhos é que tempos mais tarde, Max é alertado
por altas patentes do lado que luta que a esposa na verdade é uma espiã nazista
que rouba essa identidade tempos atrás. Sem saber em quem acreditar e duvidando
de tudo e todos, Max parte em uma missão pessoal que é descobrir a verdade
sobre sua esposa.
Indicado ao Oscar, apenas na categoria de Melhor Figurino, o
filme não deixa de ser uma pequena homenagem para o público que curte os filmes
de espionagem. O roteiro, assinado pelo britânico Steven Knight (dos ótimos Locke e Senhores do Crime), é bem detalhista, tem grandes cenas de ação, uma
espécie de clima noir no ar e muito suspense, estampado praticamente durante
toda a fita pelas ações e descobertas dos personagens. É o típico filme que
temos que esperar até a última cena para descobrir como montar as peças que
faltam no tabuleiro.
A parte do romantismo e da descoberta do amor, lembra muito
alguns filmes antigos na época dos lendários cineastas Michael Curtiz, Irving
Rapper e tantos outros. Sempre com traumas e amores quase impossíveis ou muitas
vezes sem aquele grande final feliz que todos esperam. O filme ganha contornos
eletrizantes nos arcos finais, onde vira uma grande busca pessoal do
protagonista para saber, na verdade, se tudo aquilo que viveu, sentiu com sua
esposa era real ou fazia parte de um grande plano manipulador por conta dos
objetivos da guerra, acima de tudo.
Aliados tem
muitos méritos, não é um filme inesquecível mas é um filme para ser visto. Robert
Zemeckis é um dos diretores mais acima da média em atividade, merece sempre a
conferida dos cinéfilos.