A responsabilidade de todos é o único caminho para a
sobrevivência humana. Dirigido por Greg McLean (Wolf Creek - Viagem ao Inferno) e com roteiro do cineasta sensação
do momento James Gunn (responsável pelos excelentes filmes dos Guardiões da Galáxia) The Belko Experiment é um aterrorizante
jogo/experimento onde o psicológico, colocado em uma situação extrema, faz
rodopios nas mentes dos personagens levando a inconsequentes situações de
terror e medo. Valeria a pena se alguma distribuidora comprasse os direitos e
exibisse esse projeto nos cinemas brasileiros.
Na trama, conhecemos um grupo grande de pessoas que
trabalham na Colômbia em uma filial de uma multinacional. Chegando um dia para
o trabalho e com filas de carros para serem revistados e novos guardas em
posição ao redor do complexo alguns personagens já percebem que algo de incomum
vai acontecer. Após chegarem as suas mesas de trabalho, um pouco antes da hora
do almoço, uma voz no alto falante diz que eles precisam obedecer e matar
metade dos funcionários senão alguns aleatoriamente morrerão em minutos. Parte
das pessoas acha que é brincadeira até que as primeiras mortes começam a
acontecer. Lutando para sobreviverem, os funcionários precisarão tomar medidas
drásticas para tentar algum êxito nesse jogo macabro.
The Belko Experiment é
um filme difícil de se definir. Tinha tudo para ser um baita filme
aterrorizante (em alguns momentos a tensão é bem forte e chama a atenção) mas
acaba se perdendo um pouco no seu arco final mas sem deixar de ser
interessante, principalmente se analisarmos os aspectos e mudanças (ou não) de
personalidades a partir da situação extrema que os personagens são guiados. O
personagem central acaba sendo Barry Norris (Tony Goldwyn – o eterno vilão de Ghost), que de chefe e respeitado por
todos acaba sendo o líder da revolta pela sobrevivência colocando dúvidas em
todos que antes o respeitavam. Ex-militar, parece que quando o chamado para
sobreviver é acionado, ele vira a chave e passa a ser o grande vilão da
situação.
O roteiro é cirúrgico com as portas possíveis de abrirem em
busca da solução para o problema que os funcionários estrangeiros em uma filial
na América do Sul passam. O absurdo da situação detalham os pensamentos e ações
de ótimos personagens misturados com outros que não adicionam basicamente nada
a trama. As escolhas partem por afinidade, o casal que já existira, uma nova
funcionária que fica meio em cima do muro em que decisão tomar, os
departamentos se defendendo e os que não conseguem superar a barreira do medo
seguindo o que mais personifica a posição de líder. A cada nova tarefa dada por
uma voz marcante no alto falante, tudo muda de figura e antes pensando em um
coletivo a trama percorre os caminhos do egoísmo onde cada um luta sozinho sua
própria batalha pela sobrevivência. A tensão provocada nos intensos minutos de
projeção leva o público a todo instante criar teorias do que vai acontecer com
aquelas pessoas e que situação é essa que vivem: um jogo? Um experimento? As
respostas para nossas lacunas não preenchidas são inúmeras.
Sem previsão de estreia no Brasil, The Belko Experiment , esse thriller com bastante intensidade e com
alguns personagens muito interessantes poderia ser uma das grandes sensações do
ano, talvez, se fosse dirigido por seu roteirista.