O que aprendemos com a vida é o suficiente para nos tornarmos pessoas felizes? No início da década de 80, chegava aos cinemas de todo o mundo, dirigido por George Roy Hill e baseado na obra The World According to Garp de John Irving, O Mundo Segundo Garp. O longa-metragem de um pouco mais de duas horas de projeção nos conta a saga de homem que descobre o início da vida através dos olhos e atitudes da mãe, uma corajosa mulher, bem à frente do seu tempo, que o criou sem um pai, por opção. Atemporal, fala também sobre a sexualidade, dificuldades de um casamento, sobre o preconceito, sobre a força do feminismo. Um maravilhoso trabalho. Inesquecível. Talvez, o melhor filme da carreira do grande Robin Williams e um dos melhores da carreira de Glenn Close.
Na trama, conhecemos Jenny Fields (Glenn Close) uma enfermeira que resolve ter um filho sem se casar,
nem ter compromissos com o pai da criança. Seu filho, se chama Garp (Robin
Williams, na fase adulta), um observador, romântico, que adora praticar
Wrestling, e que vive sua rotina em meia a estudos para se tornar um escritor e
criando histórias que aparecem de alguma forma em sua frente. Ao longo de sua
vida, aprende muitas coisas e assim acompanhamos suas tristezas, alegrias,
amores e reflexões sobre uma vida intensa e repleta de história para contar.
O filme tem vários pontos interessantes que geram
pensamentos além da tela, alguns inclusive se tornando atemporais. Fala sobre o
luto, sobre os altos e baixos de uma relação, sobre causas feministas na ótima
figura e bastante representativa de Jenny, que no filme, inclusive, escreve um
livro de sucesso a partir de experiências que viveu e sobre o que pensa sobre a
vida. Esse papel de Glenn Close (que
lhe rendeu uma indicação ao Oscar) é complexo, emociona e gera pontos
reflexivos a todo instante. Desde encarar, em certa etapa da vida, a síndrome
do ninho vazio, até mesmo a gigante proteção que tinha com seu filho, chegando
na questão da sexualidade e no ajudar outras mulheres e suas lutas.
Há um conflito bom para análise que é o duelo da maturidade
vs a inconsequência. Buscando viver a própria vida, errar, levantar e aprender,
Garp percebe que a perfeição não existe que no mundo há tristezas que chegarão
mas também alegrias que devem ser vividas de maneira intensa. É uma baita
atuação de Robin Williams! Outro que
está muito bem é o excelente John Lithgow,
sua personagem, a transexual Roberta Muldoon, preenche a tela com carisma e
importantes pensamentos sobre solidariedade, amor e carinho ao próximo. A
amizade de Garp e Roberta é linda de se ver.
O Mundo Segundo Garp
não está disponível em nenhuma plataforma de streaming (pelo menos quando esse
texto foi escrito) mas esperamos que algum chegue em alguma delas. Merece. É um
filme maravilhoso com atuações emocionantes.