Repetindo a parceria do redundante No Limite do Amanhã, o astro Tom Cruise e o diretor Doug Liman (Na Mira do Atirador) chegaram aos
cinemas poucas semanas atrás com Feito
na América, filme repleto de ação que mostra uma operação ilegal que vai
dos anos 70 ao 80, envolvendo decisões de alguns presidentes norte americanos,
Pablo Escobar e agentes de grandes agências americanas. O roteiro navega na
ótica e narrativa do protagonista, que realmente existiu, de maneira profunda
em um grande esquema ilegal, ligados a guerra e drogas, além de explorar com
bastante detalhes a rotina familiar do personagem principal mas não consegue a
fuga de determinados clichês e um esteriótipo de bom moço que Cruise usa ao
longo de sua carreira e em muitos filmes.
Na trama, acompanhamos a trajetória do experiente piloto
norte americano Barry Seal (Tom Cruise), pai de família e casado com Lucy (Sarah
Wright) que vendo oportunidades onde ninguém viu, vira contrabandista de armas
para a tão temida CIA e ao mesmo tempo que faz trabalhos de logística e
entregas para o alto escalão do cartel de Medellín (Escobar e companhia). Ao
longo de quase duas décadas, acompanhamos Seal e seu negócio extremamente
rentável, consequentemente perigoso.
Livremente baseado em fatos reais, a história de Barry Seal já foi retratada no projeto feito para televisão A Vida Por um Fio – Entre a Lei e o Crime no início da década de 90, o filme joga aberto com o público detalhes políticos que vão de Ronald Reagan até George Bush, alto comando das principais agências de proteção Norte americana, principalmente em relação a problemática confusa e de guerra envolvendo alguns países da América Central. Um das figuras emblemáticas nessas confusões políticas que o protagonista se mete é Schafer (Domhnall Gleeson) que trabalha na CIA e camufla vários movimentos de Seal, ajudando-o em muitos momentos a ir pra frente com seus planos mirabolantes quando ligado aos interesses de sua agência.
Longe de ser um dos melhores filmes do ano, Feito na América cumpre parte de seu
papel de maneira eficiente e até certo ponto bem explicativa. Se conseguires
fugir de algumas caras e bocas de Cruise, vista em quase todos seus trabalhos
hollywoodianos, deve agradar aos que gostam de filmes políticos misturados com
boas doses de cenas de ação.