Escrito e dirigido pela cineasta e roteirista parisiense Amanda
Sthers, Madame, é uma deliciosa comédia , uma fábula moderna sobre o amor e as
infidelidades que a vida constrói na alta sociedade ou não. Tudo funciona com
gigantesco carisma. Toni Colette e sua vilã metida a esperta é uma delícia de
personagem, e faz um par grandioso com o sedutor milionário vivido por Harvey
Keitel. O roteiro é muito bem feito, faz valer o ingresso.
Na trama, conhecemos Maria (Rossy de Palma), uma espanhola
que trabalha na casa de Anne (Toni Colette) e Bob (Harvey Keitel) um casal de
norte americanos na França. Quando Anne decide dar um jantar para a alta
sociedade, percebe que um convidado faltará. Para não ficar um lugar na mesa,
ou alguma espécie de ‘toc’ com o número 13, convida Maria a vestir uma de suas
belas roupas e se juntar a mesa. Tudo corre bem até Anne perceber o interesse
do ricaço David (Michael Smiley) em Maria. A partir daí, uma mescla de mentira
e uma linda história de amor é instaurada, lutando contra os trambiques e
inveja de Anne e Bob.
O acreditar no amor. A história se desenrola de maneira a la
conto de fadas. A empregada que se apaixona por um milionário, e vice versa,
mas com uma mentira que pode mudar tudo. Por mais que a trama centrada seja
essa, os olhos do público se voltam várias vezes ao casal Anne e Bob. A
situação de Maria, cai como um raio em cima deles, que possuem um casamento
falido, com traições de ambas as partes e sem muitos momentos de intimidade. Anne
principalmente, interpretada pela sempre ótima Toni Colette, se torna a grande
vilã da história, usando de uma delicadeza sarcástica para atrapalhar a vida de
dois corações apaixonados.
90 minutos de puro carisma, diálogos engraçados e situações
inusitadas. Um ambiente Woody Allen, fora dos Estados unidos. Muito frescor
nessa grata surpresa. Não é uma obra prima mas é um delícia de filme. Estreia
em março no Brasil.