A angústia de uma separação. Ainda em cartaz em alguns
cinemas brasileiros, o longa-metragem francês Custódia aborda todo um processo de separação, desde o viés
jurídico, com um plano em sequência extremamente bem feito logo em seu abre
alas, até as consequências dramáticas da decisão. É um filme forte, repleto de
tensão, onde aos poucos vamos conhecendo as facetas dos personagens. Destaque
para os excelentes Léa Drucker e Denis Ménochet que dão um grande show
em cena.
Escrito e dirigido por Xavier
Legrand, em seu primeiro trabalho na direção de uma longa-metragem o
projeto conta a história de Myriam (Léa
Drucker) que tem seu casamento encerrado por conta dos problemas com
violência com seu ex-marido Antoine (Denis
Ménochet). Agora, a preocupação de Myriam é sobre a guarda de seu filho
Julien (Thomas Gioria). E assim, dá o início a uma batalha dolorosa pela
custódia do jovem.
Intenso, angustiante e com cenas emblemáticas. Disparado um
dos melhores filmes que entraram em cartaz esse ano no circuito brasileiro, Custódia apresenta um contexto intenso,
com diversas visões sobre uma separação e principalmente sobre a guarda de um
dos filhos do casal recém separado. Aos olhos de Myriam, o pensamento de
proteger sua família e o medo do ex-marido, desencadeando uma troca de endereço
quase secreta, a dificuldade no avanço de relacionamento com outros
pretendentes e as dificuldades diárias de ser uma mãe de dois jovens de idades
diferentes e em momentos diferentes da vida. O clima de tensão é enorme, todos
tem medo de Antoine e aos poucos o público vai sabendo o porquê.
Os filhos tem papel importante na história, Josephine (Mathilde Auneveux) está na passagem da
adolescência para a fase adulta e pode escolher seus próprios caminhos, se
distancia levemente de toda a problemática da separação dos pais. Já Julien, está
no epicentro da disputa, reflete um medo constante pelo pai e a vontade de
ficar somente com a mãe. Os abalos psicológicos que os personagens passam são
duros de assistir, a cena de desfecho então gera uma angústia tremenda.
Escolhido pela crítica o Melhor Filme Internacional da Mostra
de Cinema de São Paulo 2017 e selecionado para o Festival Varilux desse ano, Custódia é um retrato de muitos lares
mundo a fora e se torna um grande símbolo para debates sobre a violência doméstica.