Quando o carisma não salva. Chegando aos cinemas nesse início
de ano, até certa forma gerando um pouco de expectativa por conta do interessante
trailer, Dolittle tem um elenco estelar, (Banderas, Martin Sheen, Downey Jr...) mas nada disso adianta quando
a trama não evolui. Não definido se para públicos de todas as idades ou para os
mais maduros, as questões que deveriam ser profundas, fruto do pensar melancólico
do protagonista e as razões do seu trauma com o desaparecimento de sua esposa, são
rasas como uma piscina sem água. Infelizmente o filme dá sono quase a todo
tempo, seria pior senão fosse a poderosa trilha sonora assinada pelo craque Danny Elfman que tenta transformar
metáforas visuais sem sentido em algo épico. As vezes parece que estamos em um vídeo
game onde os controles não funcionam.
Na trama, conhecemos conhecido, genial e excêntrico Dr.
Dolittle (Robert Downey Jr.), um
homem recluso que passa os dias lutando contra a solidão desde o dia que sua
esposa partiu em uma aventura e nunca mais voltou. Tudo muda quando o
protagonista recebe duas visitas ao mesmo tempo e acaba embarcando em uma
aventura para salvar uma rainha de um terrível final.
Personagem excêntrico/egocêntrico é com Downey Jr, por isso
Dolittle parecia se encaixar com perfeição na teia de ótimos personagens do
eterno iron man. Mas não é isso que acontece, interagindo de forma peculiar com
personagens feitos por efeitos, o projeto se torna um monólogo com vestimentas
de aventuras sem pé nem cabeça. É um filme pipoca, blockbuster, completamente
esquecível.