Quando tudo não passa de uma história para dormirmos.
Disponível na Netflix desde o ano passado, o suspense Cascavel busca em metáforas nada profundas explicar até aonde uma
mãe iria para salvar sua filha. Dirigido pelo cineasta Zak Hilditch, o filme é naufrágio em forma de roteiro insano onde
nada explica nada, deixando o público à mercê de lapsos de pensamentos da
realidade para tentar não ficar mais perdido que cego em tiroteio. Talvez, o
pior filme da carreira da competente atriz britânica Carmen Ejogo.
Na trama, conhecemos a história de Katrina (Carmen Ejogo), uma mulher que está de
mudança para algum lugar e dirige durante quilômetros tendo a bordo de seu
carro somente sua filha pequena. Quando fura o pneu em uma estrada isolada de
população, sua filha acaba sendo picada por uma cobra cascavel que aparece no
meio do deserto lugar onde estão. Desesperada e sem saber o que fazer, ela olha
para o lado e enxerga um trailer onde lá dentro, uma senhora bastante
esquisita, diz que salvará a menina mas que ela seria procurada para dar uma
outra vida em troca. Assim, Katrina embarca em um universo do achismo e loucura
e fará tudo que precisa para proteger sua família.
Tem dias que realmente não sabemos escolher um bom filme
para assistir. Sonolento, chato e com um final para lá de louco, Cascavel não
agrada no começo, no meio e nem no fim. Se não fosse as tentativas de levar o
filme nas costas da ótima Carmen Ejogo,
acredito que seria uma experiência insuportável. O roteiro não facilita. Os
arcos são mal definidos, deixando a loucura inflar dentro do que assistimos,
nada é explicado nem na superfície. O duelo entre ação e consequência é demodê,
remete a filmes de outras décadas mas sem um pingo de respiro consciente que
outras histórias impunham.
Sem mais delongas, pior para nos cinéfilos que teimamos em
ir até o final de um filme mesmo percebendo que nada mais acontecerá para mudar
nossa opinião. Terrível filme.