28/10/2020

Crítica do filme: 'Pari'


A dúvida é o preço a se pagar quando não enxergamos novos caminhos. Até onde você iria para encontrar um filho desaparecido? Co-produção Grécia, França, Holanda e Bulgária, Pari, resumidamente é uma incursão sob sentimentos, perda, dúvidas, tristes situações acopladas, abaladas, por uma falsa sensação de sabedoria sobre o mundo. Escrito e dirigido pelo cineasta iraniano Siamak Etemadi, acompanhamos uma dolorosa busca incessante pelo paradeiro do filho da protagonista que acaba sendo testemunha de diversas transformações, lutas e situações de um submundo num país com costumes diferentes do dela. Destaque para a grande atuação da atriz alemã/iraniana Melika Foroutan.

Na trama, acompanhamos a saga de Pari (Melika Foroutan), uma mulher iraniana de costumes rígidos que viaja com o marido Farrokh (Shahbaz Noshir) para a Grécia para se encontrar o filho. Chegando no destino, o filho não está lá para recebê-los, e assim, sem pistas nenhuma, com um inglês arranhado mas destemida, andando de manhã, tarde e noite, as dúvidas dão lugar as incertezas enquanto ao seu redor, uma cidade em constante transformação e luta se rebela.


Onde ele está ou o que houve com ele? Na trajetória da sofrida personagem principal, muitos dramas a aguardam pelo caminho, não somente o principal em descobrir o paradeiro do seu filho. Passando por situações nunca antes pensada, Pari é introduzida por meio de acontecimentos ou diálogos sobre a situação hoje dos imigrantes (um recorte europeu atual), a um movimento jovem anarquista, a questões de sobrevivência em um submundo sem escrúpulos. Aos poucos vai descobrindo que o universo é muito maior que a sua própria bolha. A cada nova saída que encontra percebemos a angústia de resolver logo a situação. A expressão no olhar da protagonista em cada momento de tensão é algo impactante.