Uma luta pelos direitos não é somente diária, semanal, mensal...é pra toda a vida. Dirigido pela cineasta britânica Philippa Lowthorpe e baseado em uma obra de Rebecca Frayn, Misbehaviour é um filme, antes de tudo atemporal, que mostra a luta de movimentos feministas e suas ações de revolta contra o concurso Miss Mundo na década de 70. Acompanhamos essa trajetória pela a ótica de Sally (Keira Knightley) uma estudante de história que sofre demais por não conseguir ter os mesmos direitos que os homens na sua profissão. O longa-metragem abre margem para vários paralelos importantes, bastante reflexivo joga na cara dos machistas todo o absurdo sobre a diminuição das mulheres. Destaque para ótimas atuações de Keira Knightley, Rhys Ifans e Greg Kinnear.
Na trama, conhecemos Sally (Keira Knightley), uma jovem mãe de uma criança, divorciada que
busca uma pós-graduação em História em consagrados centros de estudos mas sofre
bastante preconceito a todo instante por ser mulher. Certo dia, acaba
esbarrando com Jo (Jessie Buckley)
uma ativista feminina que usa dos protestos com pichações e passeatas para
poder reinvindicar o papel feminino mais preponderante e de direitos iguais aos
homens. Com a chegada do concurso Miss Mundo 1970, o grupo de Jo e Sally
resolve organizar um protesto contra o concurso, algo que ficou marcado na
história.
O roteiro é muito bem construído, com arcos harmônicos sempre
deixando portas interessantes para acompanharmos os futuros passos de uma protagonista
em constante descoberta sobre como pode se expressar melhor e lutar pelos seus
direitos. O ponto de vista das concorrentes do Miss Mundo também ganham ótimas
cenas, a questão racial e o emblemático pódio do concurso. O machismo é
mostrado bem didaticamente em muitas cenas e nas atitudes dos personagens Bob
Hope (Greg Kinnear) e Eric Morley (Rhys Ifans), o primeiro um famoso apresentador
da época, o segundo o criador do Miss Mundo.