20/11/2020

Crítica do filme: 'Mulheres ao Poder'


Uma luta pelos direitos não é somente diária, semanal, mensal...é pra toda a vida. Dirigido pela cineasta britânica Philippa Lowthorpe e baseado em uma obra de Rebecca Frayn,  Misbehaviour é um filme, antes de tudo atemporal, que mostra a luta de movimentos feministas e suas ações de revolta contra o concurso Miss Mundo na década de 70. Acompanhamos essa trajetória pela a ótica de Sally (Keira Knightley) uma estudante de história que sofre demais por não conseguir ter os mesmos direitos que os homens na sua profissão. O longa-metragem abre margem para vários paralelos importantes, bastante reflexivo joga na cara dos machistas todo o absurdo sobre a diminuição das mulheres. Destaque para ótimas atuações de Keira Knightley, Rhys Ifans e Greg Kinnear.


Na trama, conhecemos Sally (Keira Knightley), uma jovem mãe de uma criança, divorciada que busca uma pós-graduação em História em consagrados centros de estudos mas sofre bastante preconceito a todo instante por ser mulher. Certo dia, acaba esbarrando com Jo (Jessie Buckley) uma ativista feminina que usa dos protestos com pichações e passeatas para poder reinvindicar o papel feminino mais preponderante e de direitos iguais aos homens. Com a chegada do concurso Miss Mundo 1970, o grupo de Jo e Sally resolve organizar um protesto contra o concurso, algo que ficou marcado na história.


O roteiro é muito bem construído, com arcos harmônicos sempre deixando portas interessantes para acompanharmos os futuros passos de uma protagonista em constante descoberta sobre como pode se expressar melhor e lutar pelos seus direitos. O ponto de vista das concorrentes do Miss Mundo também ganham ótimas cenas, a questão racial e o emblemático pódio do concurso. O machismo é mostrado bem didaticamente em muitas cenas e nas atitudes dos personagens Bob Hope (Greg Kinnear) e Eric Morley (Rhys Ifans), o primeiro um famoso apresentador da época, o segundo o criador do Miss Mundo.