22/03/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #332 - Flávia Rabachim


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Flávia Rabachim, tem 33 anos, é natural de Itápolis e atualmente mora na capital. Produtora Executiva é apaixonada por filmes, vinhos e chocolates. Criadora de dois programas nas rádios online em Portugal. No mercado audiovisual brasileiro trabalhou com publicidade, vídeo institucional, curta e longa metragem. Atualmente na função de Produtora Executiva divulga projetos já finalizados em festivais.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Antes da pandemia, o cinema era uma cia frente. Íamos muito a Rede Cinemark, pois além de ser a localização mais acessível pra gente, tem vários lugares diferentes espalhados por São Paulo e (claro) uma boa qualidade no som e imagem, com poltronas confortáveis.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme que recordo é Godzilla, de 1998. A cena onde o soldado encontra os ovos do Godzilla, não sei dizer exatamente o motivo, mas fiquei impressionada com isso, com o todo acontecendo. É uma cena que ficou gravada na minha lembrança.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Gosto muito do trabalho do Diretor Tim Burton, meu filme favorito dele é Alice no país das maravilhas, esse é um dos filmes que eu não canso de assistir.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Meu filme nacional favorito é O Auto da Compadecida, sempre fico impressionada com a sua produção e todos seus detalhes na arte, figurino. Além dos atores que são sensacionais.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Recordo que na minha infância, eu pegava o meu cobertor favorito e mamadeira, deitada no chão da sala de casa e assistia os filmes que passavam na TV (canal aberto, "Sessão da Tarde", por exemplo). Uma vez até corri nos braços da minha mamãe chorando, pois o cavalo do filme História sem fim tinha morrido.

 

Ser cinéfilo (particularmente) é se envolver nas histórias que são contadas, sentir na sua alma o que é exibido na tela.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Normalmente na maioria das cidades, os cinemas exibem opções de filmes comerciais, que são os mais procurados pelo grande público.

 

Gostamos de São Paulo, pois além das salas de cinema nos shoppings, temos as opções nos cinemas de rua, como Reserva Cultura e Petra Belas Artes, que são excelentes lugares e exibem gêneros diferentes.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Mesmo com o grande crescimento do streaming, ainda mais nesses dias de pandemia, não acredito que os cinemas vão acabar. Os cinemas ainda tem um grande público que não trocam a experiência e emoção de assistir um filme na sua (pré) estreia em frente a uma telona.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Difícil escolher um único filme, são tantos bons e/ou ótimos filmes a serem assistidos. Vou indicar dois filmes brasileiros As boas maneiras, dos Diretores Juliana Rojas, Marco Dutra, está classificado nos gêneros Terror/Fantasia.

 

E (claro), vou indicar o filme que tive o prazer de trabalhar, O Segredo de Davi do Diretor Diego Freitas, classificado nos gêneros Mistério/Crime.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

É sempre complicado falar como devemos nos comportar mediante uma pandemia, pois isso é uma triste novidade para todos. Ninguém viveu ou pensou que algo assim poderia acontecer. Eu optei por não ir aos cinemas ao longo desse mais de um ano, pensando na segurança e saúde minha, da minha família.

 

Acredito que ainda mais neste novo pico de casos da COVID 19, podemos esperar um pouco mais, nos cuidar e manter as salas de cinema fechadas.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro cresceu e evoluiu muito com o passar dos anos, tem excelentes produções brasileiras, só precisamos dar mais valor ao nosso trabalho.

 

Brasileiro tem uma criatividade e capacidade de produzir ótimos filmes com orçamento bem mais modesto do que os filmes de Hollywood, por exemplo. Só precisamos aprender a vê-los.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Selton Mello, é um profissional brasileiro que gosto muito do trabalho como ator, dublador, diretor e produtor.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O cinema proporciona uma imersão num novo mundo onde tudo é possível, não coloque limites à sua imaginação. Apenas aproveite o momento.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Nossa! Tenho algumas histórias para contar, mas separei a primeira situação "diferente" que aconteceu:

 

Logo que mudamos em São Paulo, fomos assistir a estreia do filme Noé numa sala de cinema. Durante a cena do dilúvio ouvimos fortes barulhos de chuva e água, ficamos tranquilos e achamos tão real o som daquela cena. Até que a água começou a escorrer pela lateral da sala, o filme foi pausado durante um tempo. Quando o filme terminou e saímos do Shopping para retornar em casa, a rua estava completamente alagada e ainda estava chovendo muito. Ficamos ilhados na entrada do Shopping, não tinha por onde sair e passar. Saímos de um dilúvio fictício e vivenciamos um (quase) dilúvio na realidade.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Ainda não assisti o filme completo, apenas alguns trechos. Mesmo sendo um filme considerado "ruim", tornou-se um clássico com a Carla Perez, mostrando as diferenças sociais, tantas pessoas que vivem na extrema pobreza.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não precisa ser cinéfilo para trabalhar com audiovisual, mas é necessário ter o conhecimento técnico e também referências para desenvolver um bom trabalho. Fica difícil explicar e defender um projeto sem uma referência visual para o melhor entendimento dos profissionais que vão participar e/ou investir no seu projeto audiovisual.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Os filmes que considero ruins, prefiro nem lembrar. Um filme que não gostei é Joias Brutas, com Adam Sandler.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Ainda tenho muito a aprender no audiovisual, entre eles está assistir documentários. Acho muito importante a sua produção e admiro o cuidado de quem os produz, mas confesso que consumo pouco desse conteúdo. Tenho alguns documentários que pretendo assistir, principalmente produções brasileiras: Estou me guardando para quando o Carnaval chegar, Laerte-se, Quanto Tempo o Tempo Tem.

 

Tem dois documentários que eu assisti e achei bastante interessantes: A História de Deus com Morgan Freeman, disponível na Netflix e Sobrevoando, disponível no Disney+ (as imagens aéreas são maravilhosas).

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

 

Teve uma sessão de cinema marcante, aconteceu na estreia do filme Vingadores: Ultimato. Para começar, foi bastante difícil comprar ingressos para a estreia, não conseguimos. Mas a rede de cinemas abriu novas sessões em outros horários, fomos assistir num sábado às 10 horas da manhã, sala lotada. A maioria das pessoas ali presente estavam vestindo camisetas com estampa dos seus personagens favoritos, praticamente um "uniforme". Foi uma das poucas sessões que não tinha conversas paralelas. As pessoas participavam das cenas com muita empolgação. Recordo na cena da luta final, conforme os personagens surgiam, as pessoas gritavam. Parecia uma final de Copa do Mundo, foi bastante empolgante e no final sim, a sala lotada aplaudiu o filme.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cidade dos Anjos foi um filme emocionante, assisti na sala de aula, como estudo e também o primeiro filme do Motoqueiro Fantasma, trouxe a primeira possibilidade de trabalhar no mercado audiovisual.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Gosto de acompanhar as novidades do audiovisual, teatro e da cultura em geral. Eu vejo as publicações do Omelete, Papo de Cinema e Jovem Nerd.