O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.
Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Porto Alegre (Rio
Grande do Sul). Lou Cardoso tem 30
anos é jornalista. Também formada em Produção Audiovisual e pós-graduada em
Influência Digital: Conteúdo e Estratégia, todos pela PUCRS. É redatora e repórter
no Correio do Povo. Trabalha editando e produzindo matérias para o site do
jornal e para o blog Correio Feminino. Tem um blog com resenhas de filmes,
chamado Cine Looou, desde 2014. Além
desta página, também escreve sobre cinema, séries e cultura pop no perfil @cinelooou no Instagram.
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
Gosto muito da Cinemateca
Capitólio, um dos poucos cinemas de rua de Porto Alegre, que traz uma
programação diferenciada, tanto com sessões de lançamentos de filmes vindos de
festivais quanto com especiais temáticos.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.
Fale Com Ela, de Pedro Almodóvar. Foi o primeiro filme
dele que assisti, logo após conhecê-lo (não pessoalmente hehe) quando eu fazia
faculdade de cinema. Pensei que precisava mais desse sentimento, que tu
menciona, que "cinema é um lugar diferente", pois foi o filme que
mais diferente que assisti até então.
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
Tudo Sobre Minha Mãe,
de Pedro Almodóvar.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas. Porque é um musical
brasileiro, que fala sobre amor, vida e morte de um jeito tão especial, tão
querido e tão respeitoso, que é difícil não se sentir tocado por isto. É
difícil não se sentir vivo depois de assistí-lo.
5) O que é ser
cinéfilo para você?
Para mim é amar o cinema. Você pode não ter assistido o
maior número de filmes, dos grandes diretores, os maiores clássicos de todos os
tempos, ou até mesmo os lançamentos, mas se você sente que o cinema tem um
significado importante na sua vida, para mim, você já é um cinéfilo.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feita por
pessoas que entendem de cinema?
Acredito que sim, pois até os cinemas de shopping, onde há
uma seleção muito mais comercial, também existe um conhecimento em cima disso,
onde deve existir uma boa combinação entre horários e filmes para este setor.
Os de cinemas de rua, os que mais fogem dos "hypes", também devem
entender mais quem é o seu público para fazer a sua programação, assim como
devem pesquisar sobre os seus concorrentes dentro deste segmento.
7) Algum dia as salas
de cinema vão acabar?
Difícil. Eu enxergo que o número de salas de cinema pode
diminuir e se tornar cada vez mais enxutos, menos acessíveis, e,
consequentemente, os ingressos devem ficar mais caros, por exemplo. Mas acabar,
pelo menos nos próximos 50 anos (chutando), acho difícil. A pandemia provou que
existe essa vontade de assistir filmes fora de casa, em uma sala e tela maior.
Ir ao cinema não deixou de ser um evento.
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram mas é ótimo.
O Animal Cordial,
de Gabriela Amaral Almeida. Eu não
sou muito fã de suspense e de terror, mas o cinema nacional dá um banho neste
gênero. E os últimos lançamentos, e este filme, provam isso.
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a Covid-19?
Olha, vou falar sobre uma perspectiva da onde eu moro, em
Porto Alegre. Apenas agora estamos tendo uma liberação para reabertura de
lugares culturais, como cinemas e museus. Então, eu não vejo problema em dar
este sinal verde, visto que os cinemas não são lugares que lotam com
facilidade, como acontece quase todos os dias em bares e lugares comerciais. E
nestes tempos de pandemia, com fiscalização e receio das pessoas de saírem,
acho muito difícil que os cinemas voltem a ter salas cheias. O que acontecia
antigamente apenas em lançamentos de filmes de super-heróis. Se tiver cinco
pessoas para uma sessão hoje, ainda vai ser muito. Então sim, o ideal seria
termos uma vacina antes de tudo, mas enquanto não há vacina para todos,
acredito que os cinemas deveriam ter autorização para reabir como qualquer
outro estabelecimento, se assim desejarem.
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
Altíssima. Até antes da pandemia, estava percebendo uma boa
safra, com cada vez mais novos cineastas surgindo, e com histórias cada vez
mais amplas, representativas, diferentes e reais, assim como os filmes mais
comerciais, os ditos da Globo Filmes, estavam cada vez mais marcando o seu
território. Acho que é cada vez mais necessário ter estes dois lados da moeda,
especialmente no Brasil.
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
Kleber Mendonça Filho
e Sônia Braga me deixaram mal
acostumada. .
12) Defina cinema com
uma frase:
"Eu não sei nada da vida, a não ser pelo cinema".
Roubei essa frase de alguém famoso, mas não vou lembrar de quem era.
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:
Eu sou terrível com histórias, pois tenho uma memória fraca.
É que nem diz o meme: "Ai gabi, só quem viveu, sabe".
14) Defina 'Cinderela
Baiana' em poucas palavras...
OBRA PRIMA DO CINEMA BRASILEIRO
15) Muitos diretores
de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta
precisa ser cinéfilo?
Não necessariamente. Ele tendo visto um filme na vida, e
estudando as técnicas, os planos, ter um objetivo, além de óbvio, seguir um
roteiro, se sai bem.
16) Qual o pior filme
que você viu na vida?
Já vi muitos terríveis, mas Mulher-Maravilha 1984 mudou o conceito de horrível para mim, como
diria Marcelo Dourado e seu meme em alguma edição do Big Brother Brasil.
17) Qual seu
documentário preferido?
Cássia,
documentário sobre a cantora brasileira, que faleceu em 2001, de Paulo Henrique Fontenelle.
18) Você já bateu
palmas para um filme ao final de uma sessão?
Apenas quando ia em alguma sessão de lançamento com equipe
ou quando fui ao Festival de Cinema de Gramado, que daí é algo corriqueiro. Mas
espontaneamente assim, não.
19) Qual o melhor
filme com Nicolas Cage que você viu?
Feitiço da Lua,
com a Cher.
20) Qual site de
cinema você mais lê pela internet?
Para notícias e críticas, acesso bastante o AdoroCinema.
21) Qual streaming
disponível no Brasil você mais assiste filmes?
Tenho assistido mais filmes pelo Prime Video e Globoplay.