24/05/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #426 - Lou Cardoso


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Lou Cardoso tem 30 anos é jornalista. Também formada em Produção Audiovisual e pós-graduada em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia, todos pela PUCRS. É redatora e repórter no Correio do Povo. Trabalha editando e produzindo matérias para o site do jornal e para o blog Correio Feminino. Tem um blog com resenhas de filmes, chamado Cine Looou, desde 2014. Além desta página, também escreve sobre cinema, séries e cultura pop no perfil @cinelooou no Instagram.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Gosto muito da Cinemateca Capitólio, um dos poucos cinemas de rua de Porto Alegre, que traz uma programação diferenciada, tanto com sessões de lançamentos de filmes vindos de festivais quanto com especiais temáticos.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Fale Com Ela, de Pedro Almodóvar. Foi o primeiro filme dele que assisti, logo após conhecê-lo (não pessoalmente hehe) quando eu fazia faculdade de cinema. Pensei que precisava mais desse sentimento, que tu menciona, que "cinema é um lugar diferente", pois foi o filme que mais diferente que assisti até então.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Tudo Sobre Minha Mãe, de Pedro Almodóvar.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas. Porque é um musical brasileiro, que fala sobre amor, vida e morte de um jeito tão especial, tão querido e tão respeitoso, que é difícil não se sentir tocado por isto. É difícil não se sentir vivo depois de assistí-lo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Para mim é amar o cinema. Você pode não ter assistido o maior número de filmes, dos grandes diretores, os maiores clássicos de todos os tempos, ou até mesmo os lançamentos, mas se você sente que o cinema tem um significado importante na sua vida, para mim, você já é um cinéfilo.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que sim, pois até os cinemas de shopping, onde há uma seleção muito mais comercial, também existe um conhecimento em cima disso, onde deve existir uma boa combinação entre horários e filmes para este setor. Os de cinemas de rua, os que mais fogem dos "hypes", também devem entender mais quem é o seu público para fazer a sua programação, assim como devem pesquisar sobre os seus concorrentes dentro deste segmento. 

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Difícil. Eu enxergo que o número de salas de cinema pode diminuir e se tornar cada vez mais enxutos, menos acessíveis, e, consequentemente, os ingressos devem ficar mais caros, por exemplo. Mas acabar, pelo menos nos próximos 50 anos (chutando), acho difícil. A pandemia provou que existe essa vontade de assistir filmes fora de casa, em uma sala e tela maior. Ir ao cinema não deixou de ser um evento.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Animal Cordial, de Gabriela Amaral Almeida. Eu não sou muito fã de suspense e de terror, mas o cinema nacional dá um banho neste gênero. E os últimos lançamentos, e este filme, provam isso. 

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a Covid-19?

Olha, vou falar sobre uma perspectiva da onde eu moro, em Porto Alegre. Apenas agora estamos tendo uma liberação para reabertura de lugares culturais, como cinemas e museus. Então, eu não vejo problema em dar este sinal verde, visto que os cinemas não são lugares que lotam com facilidade, como acontece quase todos os dias em bares e lugares comerciais. E nestes tempos de pandemia, com fiscalização e receio das pessoas de saírem, acho muito difícil que os cinemas voltem a ter salas cheias. O que acontecia antigamente apenas em lançamentos de filmes de super-heróis. Se tiver cinco pessoas para uma sessão hoje, ainda vai ser muito. Então sim, o ideal seria termos uma vacina antes de tudo, mas enquanto não há vacina para todos, acredito que os cinemas deveriam ter autorização para reabir como qualquer outro estabelecimento, se assim desejarem. 

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Altíssima. Até antes da pandemia, estava percebendo uma boa safra, com cada vez mais novos cineastas surgindo, e com histórias cada vez mais amplas, representativas, diferentes e reais, assim como os filmes mais comerciais, os ditos da Globo Filmes, estavam cada vez mais marcando o seu território. Acho que é cada vez mais necessário ter estes dois lados da moeda, especialmente no Brasil.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Kleber Mendonça Filho e Sônia Braga me deixaram mal acostumada. .

 

12) Defina cinema com uma frase:

"Eu não sei nada da vida, a não ser pelo cinema". Roubei essa frase de alguém famoso, mas não vou lembrar de quem era.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu sou terrível com histórias, pois tenho uma memória fraca. É que nem diz o meme: "Ai gabi, só quem viveu, sabe".

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

OBRA PRIMA DO CINEMA BRASILEIRO

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente. Ele tendo visto um filme na vida, e estudando as técnicas, os planos, ter um objetivo, além de óbvio, seguir um roteiro, se sai bem.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Já vi muitos terríveis, mas Mulher-Maravilha 1984 mudou o conceito de horrível para mim, como diria Marcelo Dourado e seu meme em alguma edição do Big Brother Brasil.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cássia, documentário sobre a cantora brasileira, que faleceu em 2001, de Paulo Henrique Fontenelle.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Apenas quando ia em alguma sessão de lançamento com equipe ou quando fui ao Festival de Cinema de Gramado, que daí é algo corriqueiro. Mas espontaneamente assim, não.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Feitiço da Lua, com a Cher.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Para notícias e críticas, acesso bastante o AdoroCinema.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Tenho assistido mais filmes pelo Prime Video e Globoplay.