A caminhada até o fim do mundo segundo Emmerich. Chegou aos cinemas brasileiros nesse início de 2022 mais um daqueles projetos classificados como ‘filmes catástrofes’. Na linha imaginativa do cineasta alemão Roland Emmerich e seu fascínio pela tentativa de originalidade quando pensamos em catástrofes, fim do mundo, Moonfall segue seu caminho explorando dessa vez a inteligência artificial e a luta dos heróis contra o imaginativo.
Na trama, conhecemos Brian Harper (Patrick Wilson), um astronauta da Nasa que em uma missão ao lado de
Jocinda (Halle Berry) percebe algo
estranho vindo de algum lugar fora da terra o que ocasiona um terrível
acidente. Anos se passam e Brian está desacreditado, taxado como o único
culpado da missão, sem emprego e se virando como professor de um observatório. Só
que algo na Lua, que do nada foge de sua órbita, faz com que um curioso e
estudante de astronomia chamado KC (John
Bradley) perceber que o planeta está em risco, paralelo a isso a NASA agora
com Jocinda em alta posição de comando convoca uma missão de emergência para tentar
achar soluções para o problema. Os destinos de Brian, KC e Jocinda vão se unir
para tentarem salvar o planeta.
Com um orçamento girando em torno de 150 milhões de dólares,
o filme buscar resgatar a essência do explorar as teorias, algumas conspiratórias,
de tudo que pode dar errado fora da terra e seus reflexos por aqui. Emmerich,
diretor de O Dia Depois de Amanhã,
Independence Day e Stargate, parece explorar uma mescla de elementos desses
três filmes. As consequências na Terra da ação sem igual como no primeiro
citado, a posição dos heróis e armamentos para o combate como no segundo
citado, e as suposições imaginativas (algo bem comum nos filmes de ficção
científica) que o terceiro apresenta. O foco trazido aqui gira em torno da
inteligência artificial, como se a revolta da criação se voltasse contra quem
criou. Terá Emmerich feito uma crítica social? O problema se encontra, até
mesmo para essa tese se tornar mais explicativa, nos porquês.
As subtramas são rasas, há muitos personagens e o filme se
perde em alguns arcos nas suas longas duas horas e 10 minutos de projeção. A
parte dos conflitos familiares é talvez a mais rasa delas. Um exemplo é o foco
perdido de elo entre pai e filho sem um pingo de carisma ou mesmo pontos de
reflexão, o que prova que muitos dos personagens são muito mal desenvolvidos ao
longo da trama. John Bradley (o Samwell
Tarly de Game of Thrones) e seu KC é
a ponta cômica da história e tem seus ótimos momentos sendo um dos pontos altos
do filme.
Para quem curte filmes catastróficos esse parece ser mais um
projeto para se conferir. É aquele tipo de filme que ou você embarca na loucura
(até mesmo achar pontas de originalidade) ou dorme no ar gelado do cinema. Veja
o filme e faça sua escolha!