03/02/2022

Crítica do filme: 'Moonfall - Ameaça Lunar'


A caminhada até o fim do mundo segundo Emmerich. Chegou aos cinemas brasileiros nesse início de 2022 mais um daqueles projetos classificados como ‘filmes catástrofes’. Na linha imaginativa do cineasta alemão Roland Emmerich e seu fascínio pela tentativa de originalidade quando pensamos em catástrofes, fim do mundo, Moonfall segue seu caminho explorando dessa vez a inteligência artificial e a luta dos heróis contra o imaginativo.


Na trama, conhecemos Brian Harper (Patrick Wilson), um astronauta da Nasa que em uma missão ao lado de Jocinda (Halle Berry) percebe algo estranho vindo de algum lugar fora da terra o que ocasiona um terrível acidente. Anos se passam e Brian está desacreditado, taxado como o único culpado da missão, sem emprego e se virando como professor de um observatório. Só que algo na Lua, que do nada foge de sua órbita, faz com que um curioso e estudante de astronomia chamado KC (John Bradley) perceber que o planeta está em risco, paralelo a isso a NASA agora com Jocinda em alta posição de comando convoca uma missão de emergência para tentar achar soluções para o problema. Os destinos de Brian, KC e Jocinda vão se unir para tentarem salvar o planeta.


Com um orçamento girando em torno de 150 milhões de dólares, o filme buscar resgatar a essência do explorar as teorias, algumas conspiratórias, de tudo que pode dar errado fora da terra e seus reflexos por aqui. Emmerich, diretor de O Dia Depois de Amanhã, Independence Day e Stargate, parece explorar uma mescla de elementos desses três filmes. As consequências na Terra da ação sem igual como no primeiro citado, a posição dos heróis e armamentos para o combate como no segundo citado, e as suposições imaginativas (algo bem comum nos filmes de ficção científica) que o terceiro apresenta. O foco trazido aqui gira em torno da inteligência artificial, como se a revolta da criação se voltasse contra quem criou. Terá Emmerich feito uma crítica social? O problema se encontra, até mesmo para essa tese se tornar mais explicativa, nos porquês.


As subtramas são rasas, há muitos personagens e o filme se perde em alguns arcos nas suas longas duas horas e 10 minutos de projeção. A parte dos conflitos familiares é talvez a mais rasa delas. Um exemplo é o foco perdido de elo entre pai e filho sem um pingo de carisma ou mesmo pontos de reflexão, o que prova que muitos dos personagens são muito mal desenvolvidos ao longo da trama. John Bradley (o Samwell Tarly de Game of Thrones) e seu KC é a ponta cômica da história e tem seus ótimos momentos sendo um dos pontos altos do filme.


Para quem curte filmes catastróficos esse parece ser mais um projeto para se conferir. É aquele tipo de filme que ou você embarca na loucura (até mesmo achar pontas de originalidade) ou dorme no ar gelado do cinema. Veja o filme e faça sua escolha!