Sem grandes pretensões além de entregar sustos e tensão típicos do universo zumbi, o longa-metragem tailandês Unhas e Dentes aposta em uma narrativa desenfreada onde artes marciais colidem com cadáveres reanimados por um vírus desconhecido. Dirigido por Kulp Kaljareuk e já disponível na Netflix, o filme não busca reflexões profundas — é um convite direto a quem quer embarcar em uma jornada de ação desenfreada.
Ambientado em um mundo distópico onde a fome se tornou um
dos graves problemas da humanidade, um lutador de Muay Thai (Mark Prin Suparat) sobrevive do jeito
que pode ao lado da companheira, a cirurgiã Rin (Nuttanicha Dungwattanawanich). Quando o local onde ela trabalha é
tomado por uma epidemia zumbi, o lutador fará de tudo para conseguir salvá-la.
Mesmo partindo de um cenário promissor — um planeta
devastado por seus próprios erros, onde a fome já ultrapassou o nível de alerta
e a opressão domina nas mãos de quem detém o poder — o projeto estanca qualquer
tentativa de aprofundamento, evitando explorar com mais contundência as
possíveis críticas sociais. Uma pena!
As cenas de ação e luta são bem feitas, com os mais conhecidos
exageros de outras estruturas narrativas de filmes onde zumbis tem um certo
protagonismo. É clichê pra tudo que é lado, mas aqui adicionado ao fato de
fugir da previsibilidade, talvez o maior mérito da produção. Com sangue jorrando
em toda parte, o cenário caótico se prende ao ambiente hospitalar, um lugar
onde a cura é constante mas aqui ganha ares horripilantes.
A proposta é muito simples: embarcar nos velhos e batidos
dilemas de toda luta pela sobrevivência em um universo dominado pelo caos. Nessa
batalha forçada entre o bem e o mal, com um lutador de artes marciais de um
lado caminhando todos os passos e desafios na sua jornada do herói, e zumbis
(do estilo corredores) dominando a vilania, é estabelecido um clássico molde
narrativo onde pode entreter quem curte filmes do gênero.