Reunindo um grande diretor e um elenco bastante competente, ‘Deus da Carnificina’ é uma dramédia com ótimos diálogos e excelentes desempenhos. Nessa fita curta (menos de 80 minutos de duração), baseada na peça teatral ‘God of Carnage’ de Yasmina Reza (que também assina o roteiro ao lado do diretor), vemos pais desesperados para resolver uma situação desagradável ocorrida com os filhos.
O novo longa de Polanski começa com sua introdução genial ao fundo dos créditos iniciais. Na trama, dois casais que se conhecem a partir da agressão do filho de uma das partes, tentam resolver uma conversa que é totalmente desviada do foco principal.
Depois de algumas tentativas de irem embora uma corretora de investimentos e um advogado (Winslet e Waltz) tentam chegar à conclusão do ocorrido com os pais do outro lado envolvido, um comerciante e uma dona de casa que ajuda em algumas publicações (Reilly e Foster). Nessa sala, recheada de ganhadores do Oscar, em meio a conversas sobre culturas, tipos de educação, remédios, hamsters e indigestões estomacais, o destempero vai tomando conta do ambiente.
Cada artista, com seu personagem específico, dão um show à parte.
O folgado Alan, interpretado por Christoph Waltz, passa a maior parte do tempo atendendo ligações ‘importantes’ de trabalho. A personagem de Jodie Foster (Penélope) tenta ser a mediadora do papo dos adultos. John C. Reilly e seu Michael Longstreet vão endoidando e mudando de personalidade ao longo dos minutos. Nancy Cowan tenta ser a mais calma de todos no início mas termina como a explosiva da história, mais uma bela atuação da rainha dos cinéfilos Kate Winslet.
O renomado diretor do longa, o polonês Roman Polanski (‘O Bebê de Rosemary’) é muito hábil com sua câmera, enquadra em marcações certeiras, aproximando o público do espetáculo. Como na hora em que o ‘debate de idéias’ vira uma briga entre homens e mulheres.
Um cenário, quatro ótimos artistas mais um enredo afiado fazem de ‘Carnage’ um filme que precisa ser visto pelos amantes da sétima arte. Recomendo!