Trazendo as reflexões sobre formas de organizações comunitárias, resistência cultural e gritos de identidade em uma aldeia urbana indígena no Mato Grosso do Sul, o curta-metragem Vípuxovuko – Aldeia parte para a ficção com muitas bases na realidade. O projeto surgiu de uma conversa do diretor filme, Dannon Lacerda, com a porteira do seu prédio, cujo sobrinho viria a se tornar inspiração para a obra.
Selecionado para a mostra competitiva de curtas-metragens
nacionais do Fest Aruanda 2025, a obra avança nas suas críticas sociais, muito
bem articuladas a partir de um protagonista de raízes indígenas, que escapa de
generalizações. Ele trabalha como entregador e também exerce a função de líder
de sua comunidade, reivindicando direitos e protegendo seu povo das ações
desenfreadas dos mecanismos do Estado.
A cultura indígena ganha registros através da fé, da cultura,
da tradição e da preservação desses povos originários, que em muitos casos
estão sempre na luta pela continuidade identitária em meio ao urbano e
capitalista, sempre pronto para aprontar alguma manobra que ferem essas
comunidades. A narrativa, em seus 15 minutos, preenche a tela com passagens
marcantes que atravessam esses conflitos, sem deixar de revelar também a beleza
dos ensinamentos e a riqueza estética e espiritual que, mesmo com a pressão e
insensibilidade capitalista, nunca perderá seu valor.
