
A dor que temos, a esperança que sofremos. Em suas canções,
e principalmente após se descobrir um ótimo compositor, Coltrane aborda política,
desigualdade social e outros temas em um som puxado para um pop jazz que
ninguém fazia, sendo responsável pela divulgação cada vez mais forte do
poderoso jazz norte-americano. Viciado em heroína logo no início de carreira, quase
seguindo o destino de outra lenda do jazz Charlie
Parker (Bird, do qual era fã),
Coltrane consegue com muita força de espírito sair de alguma forma desse vício
horroroso o que elevou sua vontade de viver e automaticamente sua criatividade
musical.
Com depoimentos de biógrafos, filósofo, músicos como o
baterista do The Doors que era seu
fã, amigos próximos, parte de sua família, e até do ex-presidente Bill Clinton,
vamos navegando na mente de um dos mais criativos artistas das últimas décadas.
Imagens antigas da década de 40, 50 e 60 caminham junto à cronologia que que se
adapta a todos os feitos e importantes marcos na carreira de Coltrane, como a
composição de um de seus maiores sucessos Alabama que teve como inspiração o
terrível atentado a uma igreja batista por supremacistas brancos que mataram
quatro crianças.
Contra o contexto do preconceito os negros usavam a música
como forma de alegria e equilíbrio emocional. Há um paralelo importante entre Martin Luther King e John Coltrane, o segundo encontra na música uma forma de lidar contra
tudo de complicado que enxerga ao seu redor, e nós sentimos em nossos corações.