04/10/2011

Contágio - Cinema com Raphael Camacho

Com uma espécie de crítica ao que ficaria em torno de uma possível epidemia de escala global, principalmente, no modo como os governos lidariam com esse pânico da população é o argumento principal dessa boa trama que promete lotar as salas de cinema no mundo todo. O diretor Steven Soderbergh, dá um ritmo dinâmico à sua fita que é completado por uma trilha sonora freneticamente bem produzida (créditos para Cliff Martinez).

No longa, um vírus que é transmitido pelo ar chega rapidamente ao conhecimento da nação transformando especialistas e homens da ciência na única fonte de possibilidade para encontrar uma cura. Um caos domina o mundo e pessoas de todas as nacionalidades lutam pela sobrevivência.  

O filme relata também a exposição da comunicação, na era da tecnologia e das comunidades virtuais. O quão grande e rápido seria o vazamento da notícia e suas conseqüências. Passa nas mãos do personagem de Jude Law e seu carregado sotaque londrino (que na fita faz um blogueiro famoso) muito desse tema. A contextualização do poder das redes sociais e o poder de opinião de algumas pessoas trás a história para o nosso tempo.

Em muitas cidades um verdadeiro caos é instaurado. As ladeiras de São Francisco (cidade americana) nunca estiveram tão bagunçadas. Imagino como Adrien Monk, morador ilustre da cidade, estaria em meio a um caos dessa proporção (referência ao personagem de Tony Shalhoub , do seriado Monk, que possui problemas sérios de Transtorno Obsessivo Compulsivo).

A paranóia em volta da doença é mostrada com atitudes anti-sociais e pânico, gerado pela possibilidade de infecção.  Matt Damon (que está muito competente no papel) e seu personagem são os encarregados de nos passar isso, são os que mais sofrem na história. Com falecimentos na família, faz de tudo para proteger a única filha que lhe restou.

Classes trabalhistas, como as enfermeiras, através de greves e medo de contágio atrapalham a logística das soluções. Obstinados, homens e mulheres da ciência vão atrás da cura. Uma dessas pessoas é a Dra. Erin Mears, interpretada pela sempre sensacional Kate Winslet. Impressionante como essa talentosa atriz fica bem em qualquer papel.

Ao mesmo tempo à busca pelo paciente zero (que deu origem a epidemia) é feita muito pela personagem de Marion Cotillard. Um destino interessante é dado à mesma. Sequestrada, vira professora de um vilarejo (que também é uma espécie de refúgio) e moeda de troca para recebimento de vacina.

Conflitos éticos são muito bem abordados durante todo o decorrer da história. Laurence Fishburne interpreta o Dr. Ellis Cheever, responsável por expor esses conflitos e chegar à uma redenção perto dos créditos finais.

A dor de não poder enterrar seus entes queridos (por conta do medo de contágio), cobaias de origem animais usadas desesperadamente por especialistas em busca de mais informações sobre a doença, o desespero por comida (questão básica de sobrevivência), atendimento de serviços de segurança à população(o famoso 911) com opções para quem quer remover um corpo, são amostras do que é passado ao longo dos 100 minutos da produção.

Já vimos o Passageiro 57 em outros verões. Esse número volta ao imaginário cinéfilo dando o nome à vacina com possibilidades de cura. 

Imaginando uma versão brasileira dos fatos, se tivesse um filme nacional com essa temática, a música A Cura do Lulu Santos, cairia como uma luva.

O filme estréia por aqui no dia 28 de outubro. Lave bem as mãos e vá ao cinema!



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03/10/2011

Um Homem Engraçado - Cinema com Raphael Camacho

Reunindo um ator do aclamado Brothers, com coadjuvantes de altíssimo nível, o novo longa do diretor Martin Zandvliet, por mais que tenha uma duração um pouco grande demais, deve agradar aos gostos cinéfilos nas salas em que for exibido.

A grande expectativa em torno da produção, acontece, por conta do histórico recente do cinema dinamarquês, sempre com boas produções. O Roteiro é bem estruturado, bem ao estilo da “escola dinamarquesa”. Porém, ao longo da fita percebemos que o ator principal é o grande impulsionador para que o filme dê certo.

O ator Nikolaj Lie Kaas (que interpreta Dirch Passer, principal estrela do longa) dá um show, literalmente, do início ao fim da trama. Conhecemos esse grande talento de filmes como Brothers e Corações Livres. Esse último, uma obra da sétima arte memorável. Nikolaj parece, esteticamente, um mistura de Fábio Assunção e Thomas Haden Church (que fez o ótimo Sideways). Nesse filme ele dança, canta e interpreta de maneira eletrizante deixando os amantes da sétima arte com um grande sorriso na cara. O veterano ator, teve uma tarefa complexa ao interpretar muitos papéis nessa biografia cinematográfica. O personagem era difícil, com muitas incertezas e pouca confiança sobre seu trabalho, além de ter uma vida pessoal que era uma bagunça tremenda: Mulheres, bebidas, todo tipo de situação conflituosa. Aos poucos, vemos sua decadência pessoal em meio ao sucesso estrondoso de qualquer show que faça.

A história fala sobre o dom da comédia. A busca de um ator por atuações em outros tipos de trabalho. A trama, que é passada nos anos 60, na Dinamarca, é baseada em fatos reais nos narrando a história do comediante Dirch Passer, que por mais que fosse um gênio no que fazia, tinha sérios problemas pessoais e desejos não apoiados, profissionalmente falando.

Uma dupla no teatro é uniforme tecnicamente e emocionalmente falando. Dirch tinha um show com seu parceiro Kjeld Petersen que era um grande sucesso. A eminência à ruptura da dupla, por conta dos donos do show, enfraquece a amizade, deixando o personagem principal completamente sem rumo.

Um Homem Engraçado tem muita coisa positiva. A cena do sofá invertido é bem feita e produz risadas do espectador. A última sequência é muito bem dirigida e maravilhosamente interpretada por todos os atores.

O filme foi selecionado e passará no festival do Rio de Cinema desse ano, que começa no dia 06 de outubro, atenção às sessões dele na mostra:

SAB (8/10) 17:20 Est Sesc BarraPoint 1 [BP108]
QUI (13/10) 14:00 Kinoplex Fashion Mall 1 [KF025]
QUI (13/10) 19:00 Kinoplex Fashion Mall 1 [KF027]
SEX (14/10) 14:30 Est Sesc Rio 2 [ER244]
SEX (14/10) 21:15 Est Sesc Rio 2 [ER247]

Compre seu ingresso nas bilheterias, prestigie nosso festival e veja um ótimo filme! 
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02/10/2011

Eu Queria ter a Sua Vida - Cinema com Raphael Camacho

O novo longa de comédia estrelado por Ryan Reynolds e Jason Bateman tem alguns momentos desnecessários e diálogos sem graça, dirigido por David Dobkin (que fez também a comédia Penetras Bons de Bico) bate o recorde de clichês em uma produção nesse ano.

Na trama, dois amigos (que vivem a vida de maneira bem diferente) conseguem, a partir de um pedido a uma fonte, que suas vidas sejam trocadas. Para o desespero dos cinéfilos e entusiastas de boas atuações, isso acontece, transformando a fita numa desorganizada confusão com direito a cenas bem cafonas e um desejo para que o mesmo termine o mais cedo possível.

O contexto geral do filme e principalmente a cena da ‘troca’, lembram muito o longa Quero ser Grande.
Jason Bateman é um ator que possui boas atuações no curriculum, mas brincar com crianças na tela, ninguém supera Jim Carrey e sua “garra” (referência ao filme O Mentiroso). Sempre que há uma cena semelhante é inevitável essa comparação.

Em vários momentos, parece que Ryan Reynolds volta à pele do personagem que ficara famoso no filme O Dono da Festa, Van Wilde. Uma grande decepção essa atuação, desse bom ator. Ele tinha evoluído muito desde seu primeiro filme, recentemente Enterrado Vivo provara isso.

Olivia Wilde (que está fazendo muitos filmes esse ano, pegando carona no sucesso de sua personagem no seriado House) aparece como coadjuvante e par romântico de um dos amigos na história. A personagem não aparece muito e Olivia ainda continua à espera de uma grande chance como protagonista.

Alan Arkin e Leslie Mann completam a lista dos coadjuvantes. O primeiro poderia ter sido muito melhor aproveitado e a segunda soma mais um filme tenebroso em sua carreira.

Para os cinéfilos que ainda tem esperança, Eu Queria ter a sua vida, estréia em nossas salas de cinema no dia 07 de outubro.

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01/10/2011

Uma Professora Muito Maluquinha - Cinema com Raphael Camacho

Começo falando como é ótimo ver Suely Franco e Chico Anysio em cena. Esse último é um craque nas atuações, sempre tem uma grande presença e originalidade.
Mas o novo longa de Andre Alves Pinto e César Rodrigues, não agrada de uma maneira geral. O filme tem algumas atuações fracas e que comprometem em determinadas cenas. Falta um certo carisma para alguns desses. O Roteiro é muito corrido e deixa a continuação da trama com muitos erros, sendo difícil a ligação espectador/história.

Na trama, uma jovem professora tem a missão de ensinar um grupo de crianças, com regras e maneiras que fogem do tradicional da época.

O conceito para o que vemos nas telonas parece ser idealizado a partir de filmes: como Mr.Holland e Escritores da Liberdade. É uma espécie de Sociedade dos Poetas Mortos para criança. Só faltou algo, do tipo: “Oh Teacher, My Teacher...”

O vislumbramento das crianças com à sua mestre é feito de maneira um tanto quanto forçada. Paola Olivera tenta quebrar o recorde de sorrisos forçados em um filme que pertence à carismática Julia Roberts.

Durante uma das cenas (com um visual muito bonito, diga-se de passagem) encaixam a música “As Time Goes  by” totalmente fora de contexto. Mexer com músicas, filmes clássicos é um grande problema pois gera uma inevitável comparação. Me senti vendo “Casablanca for the Kids”. O longa também faz menção ao clássico Cleópatra(1934) da lendária Claudette Colbert.

A caracterização das personagens é feitas de maneira bem indutiva, sendo adotados cortes de cabelos tenebrosos nas personagens “Vilãs”; e maravilhosos vestidos e cabelos arrumados nos “Bonzinhos”.

O formato é muito mais voltando para mini-série do que para cinema, propriamente dito.

Ziraldo (autor da história) aparece como Seu Floriano, dono do cinema da cidade.

A parte musical é o ponto mais alto do filme. Canções bem legais compõem à trilha.

Esse nova produção brasileira estréia nos cinemas dia 07 de outubro e deve levar muitas crianças para às salas de cinema.


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28/09/2011

Fahrenheit 451 - Cinema com Raphael Camacho

Em uma época distante ou próxima (como preferirem), os “bombeiros” tem como sua principal função na sociedade queimar qualquer tipo de material impresso, pois, foi colocado aos mesmos que leitura (literatura) é um dos propagadores da infelicidade na vida das pessoas. O personagem de Oskar Werner (Montag), é um bombeiro nessa sociedade. É um dos poucos que começa a questionar tal racionalidade principalmente quando vê uma jovem (sua vizinha) preferir ser queimada junto com seus livros (uma vasta biblioteca) ao invés de permanecer viva.

Em um universo onde a leitura é bastante questionada e leis de não incentivo à mesma são seguidas fervorosamente pelos “bombeiros”; encontramos como o palco central de Fahrenheit 451, um dos maiores clássicos, de um roteiro adaptado, do cinema mundial.  O longa, nos mostra uma cidade deteriorada por inovações e total esquecimento de princípios básicos que afloram racionalidades uniformes. O personagem principal (Guy Montag) é um desses “bombeiros” (sua função, basicamente, é queimar livros) e ao longo da trama vamos vendo o quanto a sociedade em que vive gera altas crises ideológicas e existenciais para o mesmo. Sua vida começa a fazer algum sentido quando se depara com sua jovem vizinha Clarisse McClellan, uma adolescente que, assim como Montag, questiona o mundo onde vive. Após o desaparecimento, bastante nebuloso de Clarrise, Montag se revolta contra o mundo em que vive  e resolve esconder alguns livros na sua própria casa. Não satisfeito, começa a procurar aliados que compartilhem um pouco das suas idéias. Encontra mais um personagem, o professor Faber, que o ajuda a entender melhor o valor dos livros e se junta à um grupo, onde refugia-se, seguindo à risca o objetivo desse grupo: decorar as obras literárias na memória.

Fahrenheit 471 é uma crítica muito inteligente sobre a crise existencial que muita gente passa e nem percebe. Ray Bradbury criou essa obra-prima metafórica (em 1953, com o título de Fireman) sobre um mundo onde o livro, vejam só, é determinado como uma coisa ofensiva e que trás infelicidade. Mas basta uma pessoa vir com um pensamento contrário às regras que outras começam a fazer o mesmo e tem-se questionamentos e adequações às suas próprias certezas. François Truffaut, um gênio da sétima arte, tem em Fahrenheit 471 seu único filme em inglês e em cores.
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27/09/2011

Promoção! Concorra a um par de convites para o filme Larry Crowne


O Blog Infoco News(@bloginfoconews), juntamente com o  @Vassilizai  lançam uma promoção via twitter. O prêmio será um par de convites para o filme Larry Crowne.

Quer saber como participar?

1º passo: Siga as contas @vassilizai e @bloginfoconews
2º passo: Siga e dê RT na mensagem: Sigo @vassilizai e @bloginfoconews e estou concorrendo a um par de convites para o filme Larry Crowne kingo.to/PKN

REGULAMENTO DA PROMOÇÃO

1. A Promoção é aberta aos residentes de todo Brasil e, para concorrer, os participantes devem seguir os perfis @vassilizai e @bloginfoconews e retwittar a mensagem acima.

2. A Promoção é válida entre os dias 27/09/2011 a 28/09/2011 (até às 22 horas, o sorteio se realizará à noite, nesse mesmo dia).

3. O nome do vencedor será divulgado no blog http://www.guiadocinefilo.tk a partir da data de término da Promoção.

4. O prêmio é individual e intransferível e, em nenhuma hipótese, o vencedor poderá trocá-lo ou recebê-lo
em dinheiro.

5. Caso os participantes tenham dúvidas, os mesmos poderão solicitar esclarecimentos por e-mail para raphaelcamacho@gmail.com

6. Caso vença o sorteio, após o contato, entrar em contato em até 48 horas.
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Zelador Animal - Cinema com Raphael Camacho

Muitos clichês. Impossível não comparar essa produção ao filme Uma Noite no Museu. Não tinha como começar a falar (desse novo longa de Frank Colaci, que tem uma direção apenas regular) com outras palavras. O roteiro tem muitas falhas e as atuações não ajudam, tornando esse, uma grande decepção.

Na história, um simpático funcionário de um zoológico americano tenta reconquistar uma ex-namorada com a ajudada bem peculiar dos animais que toma conta. Mas, a forte amizade com a nova veterinária faz com que ele descubra que amor está mais perto do que ele pensa.

Kevin James mostra ser um ator com certo carisma mas vai demorar a chegar no nível de outros artistas do gênero. Muitos desses, mostraram realmente seu valor, em filmes dramáticos e personagens completamente diferente de qualquer palhaçada. Jim Carrey fez Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças; Will Farrell fez Mais Estranho que a Ficção; Adam Sandler fez Embriagado de Amor. Será que Kevin conseguirá fazer um filme de drama tão bem quanto esses artistas?

Em algumas passagens em que o personagem principal interage, dialogando com o Leão, algumas falas parecem muito com diálogos contido no livro famoso de Sun Tzu, A Arte da Guerra. Achei esse fato bastante curioso. As cenas com o gorila Bernie são até engraçadas e divertem o espectador, já em uma outra de dança, tudo é muito mal feito, não adicionando absolutamente nada à trama. Muita bobagem por sinal.

No elenco de apoio estão Rosario Dawson (que fez o polêmico Kids) e Leslie Bibb. Essa última tem uma péssima atuação e com certeza, a premiação Framboesa de Ouro, já tem uma forte candidata para próximas indicações ao temido prêmio.

Para quem gosta de ver erros de gravações de filmes, fique sentado no cinema mesmo quando aparecerem os primeiros créditos finais, tem algumas cenas cômicas de erros das filmagens.

Era para ser uma diversão familiar, mas os clichês e as atuações irregulares tornam Zelador Animal, uma fraca indicação para você sair do conforto de sua casa em direção aos cinemas.
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