20/07/2018

Crítica do filme: 'Overboard' (2018)


Remake de um homônimo conhecido filme de comédia do final dos anos 80 – com Goldie Hawn, Kurt Russell e dirigido por Garry Marshall Overboard (2018) busca atrair o público com algumas similaridades com o original, invertendo os gêneros nos papéis de rico que vira pobre. Dessa vez, com o comando do cineasta Rob Greenberg, em seu primeiro longa-metragem para cinema após anos escrevendo roteiros, o projeto conta com Anna Faris e Eugenio Derbez nos papéis principais. Em suma, uma filme feito para rir, busca uma certa nostalgia de décadas passadas mas com bastante limitações quando entram nos arcos dramáticos.

Na trama, conhecemos a esforçada Kate (Anna Faris), uma mãe solteira com três filhas para criar que sonha em terminar seu curso de enfermagem. Entre um bico e outro, acaba indo prestar um serviço no iate do megamilionário Leonardo (Eugenio Derbez), com quem logo se estranha e é bastante mal tratada. Alguns dias após esse choque, Anna descobre via matéria de televisão que o mesmo Leonardo está em um hospital desnorteado, pois perdeu a memória. Assim, por incentivo de sua melhor amiga Theresa (Eva Longoria) bola um plano para convencer Leonardo de que é sua esposa.

Diferente um pouco do enredo da década de 80, essa versão de Overboard expõe as dificuldades na mulher no mercado de trabalho, toda a dificuldade da criação de filhos por mães solteiras. Os arcos são definidos no melhor estilo feijão com arroz, o famoso roteiro de comédias norte-americanas que já vem pré preparado. Tem momentos certeiros quando se produz o riso fácil, muito por conta do bom ator mexicano Eugenio Derbez (que cada vez mais busca seu lugar em hollywood) mas existem momentos bem mais fracos com pouca inspiração, principalmente nas partes dramáticas (que não são muitas, é verdade).

O Overboard de 2018 não tem o charme nem o carisma da versão de 1987. É um enlatado hollywoodiano com pitadas melodramáticas de novelão mexicano. Deve concorrer as vagas da próxima seleção da sessão da tarde.

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16/07/2018

Crítica do filme: 'Egon Schiele'

Será que o amor verdadeiro não liga para as imperfeições quando não somos brilhantes? Escrito e dirigido pelo cineasta austríaco Dieter Berner, Egon Schiele caminha sobre paixões, boemias, ciúmes, tudo isso tendo um forte protagonista, um artista e suas artes, vivendo com intensidade em uma época cheia de preconceitos. Em uma época em que comprensas com vinagre curavam febres, com ricos detalhes do diretor, percorremos a parte mais criativa da curta vida do famoso artista que dá nome ao título.

Na trama, conhecemos o jovem Egon Schiele (Noah Saavedra), um artista de uma região europeia que vive como um indomável em busca de escancarar ao mundo as verdades que enxerga em sua mente. Ambientado em Viena nos primórdios do século XX, navegamos em subtramas que explicam a relação de Egon com o mundo ao seu redor. Seu grande amor Wally (Valerie Pachner), praticamente imortalizada em uma de suas obras mais famosas e sua relação com Gerti (Maresi Riegner), sua irmã ciumenta e que se apaixona com um de seus amigos. Causador de escândalos por conta da sua arte, o jovem pintor atrai olhos curiosos de outros artista, inclusive Gustav Klimt (Cornelius Obonya).

A maneira viva e peculiar ao retratar o sensual, transformou Egon Schiele em uma referência no século XX, mesmo após seu precoce falecimento. O drama caminha pela mente dessa alma geniosa e genial, traçando paralelos entre o que pintava e a realidade que sentia. Por ser polêmico e até certo ponto excêntrico, entrou em conflito com muitas pessoas e instituições. Quando somos testemunhas de seus inúemros relacionamentos, vale o destaque de sua relação com a sua grande musa, Wally, um grande amor perdido por escolhas equivocadas o que o levou a um derradeiro dilema vivencial.

 A direção de Berner é cirúrgica e com tons de delicadeza. Apresenta todos os argumentos de maneira completa, indo muito além da superfície. Enxergamos em Egon, um personagem forte, à frente de seu tempo, as nuâncias emocionais que o moviam e também o destruiam. Atemporal, as obras que ficaram do artista, ainda hoje levantam questões sobre a nudez.
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10/07/2018

Crítica do filme: 'Rampage: Destruição Total'


Baseado em um jogo de videogame homônimo lançado na década de 80, Rampage: Destruição Total é aquele mais emblemático tipo de filme hollywoodiano, onde se abusa dos clichês, das cenas megagigantescas com efeitos de última geração, onde a história se perde em meio a esse caos cinematográfico. O cineasta canadense Brad Peyton, acostumado a dirigir The Rock nos cinemas, foi também o diretor responsável Terremoto: A Falha de San Andreas e Viagem 2: A Ilha Misteriosa, filmes que falam sobre destruições em massa e onde o herói sempre consegue seus dias de glória.

Na trama, conhecemos o especialista em primatas Davis Okoye (Dwayne Johnson, o The Rock), um funcionário dedicado de um centro de controle de animais que possui uma relação muito próxima dos animais dos quais é responsável, principalmente de um gorila albino chamado George que sabe se comunicar pela linguagem dos sinais. Certo dia, após um experimento caótico no espaço deixar cair amostras na terra de uma substância que muda o perfil de quem tem contato, George é afetado pela substância o transformando em um animal descontrolado. Buscando uma solução para o fato e tentando proteger a cidade onde mora da destruição, Okoye e uma engenheira genética (Naomie Harris) tentam encontrar um antídoto para reverter essa situação.

Tiro, porrada e bomba. É muito fácil definir Rampage: Destruição Total. Deixando de lado a essência do roteiro, a questão dos meios tecnológicos de modificações genéticas dos animais e a visão das linhas de comando sobre a questão, o projeto embarca em seu lado blockbuster mais forte, gastando muito dinheiro nos efeitos de realidade mentirosa. Tudo bem, isso também é cinema, que nunca vai deixar de ser um grande entretenimento para todos que optarem por esse tipo de experiência. A pena chega quando pensamos que poderia ser um filme muito mais bem embasado, levantando questões éticas e outros pontos.

Passando correndo pelo circuito exibidor brasileiro, o longa serve apenas para entrar na galeria de escolha dos próximos títulos da tela quente e sessão da tarde. Nada a somar, mais do mesmo.

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09/07/2018

Crítica do filme: 'Uma Quase Dupla'


Risos com aproximação de gerações. Depois de Bruna Surfistinha (2011) e Os Homens São de Marte... E é pra Lá que Eu Vou! (2014), o diretor Marcus Baldini volta as telonas, dessa vez para dirigir a mais destacada estrela da comédia televisiva, Tatá Werneck, e um dos principais galãs da Tv, Cauã Raymond, em uma comédia que lembra muito os filmes do comediante canadense Leslie Nielsen. A honestidade do roteiro, sem querer ser nada além do que um bom entretenimento, escrito por Leandro Muniz é necessária para entendermos a mistura de pastelão com suspense e ação que o filme navega ao longo dos quase 100 minutos de projeção. É um projeto, mais um, feito para rir. Funciona em alguns momentos, outros entra no conhecido exagero que enxergamos em outras produções, anos após ano.

Na trama, conhecemos a policial Keyla (Tatá Werneck) que chega do Rio de Janeiro para a cidade de Joinlândia para ajudar a resolver um caso de assassinato, nessa, que até esse momento era uma região pacata, onde quase todos os habitantes se conhecem. Designada para esse provável caso de Serial Killer, precisará unir forças com o subdelegado da região Claudio (Cauã Reymond), um rapaz boa praça que nunca disparou um tiro na vida. Ao longo das investigações, a dupla embarca em uma jornada cheia de situações inusitadas em busca do assassino.

Pensando em tirar o riso do espectador, o uso da improvisação é um recurso eficaz em alguns momentos. Entretanto, os exageros deixam a desejar. O roteiro vai do leme ao pontal, misturando comédia com ação e comédia com suspense. O enredo não é nada original, já vimos filmes parecidos nos últimos anos. O diferencial vem dos atores.Tatá é engraçada, competente, usa sua personagem como um impulso para um stand up . Ela comanda as cenas. Cauã e seu tímido personagem faz um bom contraponto. É interessante ver o ator embarcando em outros gêneros de filmes e querendo cada vez mais fazer cinema.

Uma Quase Dupla chega aos cinemas no dia 19 de julho. Promete tirar muitos risos do público mas não é um filme que será marcante em nossa memória.

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07/07/2018

Crítica do filme: 'Mary Shelley'


A solidão e as emoções do homem/criatura. Cinco anos após seu último filme - e que belo filme - O Sonho de Wadjda, a cineasta Haifaa Al-Mansour, a primeira saudita a filmar em Hollywood, volta as telonas agora com o desafio de recriar o contexto histórico e um importante período da vida de uma das grandes escritora britânica da história, a criada do clássico Frankenstein, Mary Shelley. O longa, é um retrato histórico de um tempo distante, onde assistimos, cena pós cena, a trajetória de uma mulher à frente de seu tempo. No papel principal, a jovem Elle Fanning que consegue absorver e transmitir toda delicadeza e certezas da protagonista.

Na trama, conhecemos a jovem Mary Wollstonecraft Godwin (Elle Fanning), filha do reconhecido William Godwin (Stephen Dillane) que vive nos tempos passados, em uma sociedade conservadora, o que mexe muito com a personalidade de Mary, bastante evoluída para sua época. Sua vida entra em constante mudança quando conhece o também jovem poeta Percy Shelley (Douglas Booth) por quem se apaixona instantaneamente, e por isso acaba sendo expulsa de casa pelo pai e vai viver esse intenso amor. Durante o início dos anos com Percy, Mary vive situações que nunca vivera, além de conhecer personagens que influenciarão sua grande futura obra prima, Frankenstein.

Uma das histórias mais adaptadas para o cinema, Frankenstein é um conto de agonia e solidão. Exatamente o reflexo do período que conhecemos Mary Shelley. Um dos méritos do filme é encontrar um ponto de empatia entre toda a tristeza e incertezas que vive a protagonista com o contexto histórico que somos testemunhas. Completamente atemporal, infelizmente, os absurdos do preconceito e mandamentos machistas levam a jovem personagem a buscar sua própria identidade sofrimento pós sofrimento. O homem que escolheu para amar, Percy, por mais que tenha carinho por ela, quer ser livre, viver em uma boêmia diária enquanto as dívidas se acumulam. Sua ‘irmã’ e sua ambiguidade de carência, por vezes parece estar em um relacionamento com seu marido, pois os três não se desgrudam.

Todas essas variáveis, fora outros personagens que aparecem na vida de Mary, influenciam a escritora a explorar as emoções, escrevendo com bastante detalhe e sem medo sobre a solidão e os monstros que enfrenta. Seus medos viram personagens, sua defesa são suas palavras. Elle Fanning interpreta com muita delicadeza mas sem deixar de transparecer a coragem, marca maior dessa mulher bem a frente do seu tempo.

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Crítica do filme: 'Desobediência'


O luto e o amor. Depois de excelentes e elogiados trabalhos nos inesquecíveis, Gloria e Uma Mulher Fantástica, o cineasta chileno Sebastián Lelio enfim chegou ao epicentro das produções mundiais com delicado e interessante projeto Desobediência. Baseado no livro homônimo, de Naomi Alderman, o filme gira em torno de algumas situações que ligam a morte ao amor. Nos papéis principais, as duas melhores Rachels do cinema atualmente, McAdams e Weisz, essa última também assina a produção do longa.

Na trama, conhecemos a fotógrafa Ronit (Rachel Weisz), uma mulher de meia idade, bem sucedida que mora em nova Iorque. Ronit é de família judia, e brigou com sua comunidade tempos atrás. Quando retorna para casa, após um telefonema avisando sobre a morte do pai, acaba reencontrando a melhor amiga de adolescência, Esti (Rachel McAdams) que está casada com Dovid (Alessandro Nivola). A questão é que Esti e Ronit já viveram uma história de amor no passado e com a volta da fotógrafa, as memórias se acendem, gerando um grande conflito na comunidade onde foram criadas. 

Com muita delicadeza e atuações maravilhosas, o filme navega em um tom até certo ponto lento mas com um tipo de ritmo envolvente, utilizando a premissa de que ‘uma cena vale mais que mil palavras’. Falando sobre personagens fortes, a direção de Lelio, já acostumado com mulheres guerreiras em conflito, é uma pequena aula de como dirigir um filme sobre as tensões das emoções. Dividido em arcos bem definidos, com subtramas impactantes, o longa navega nas águas do luto e de uma paixão proibida.

Sobre o luto, vemos a dificuldade da protagonista em voltar para enterrar o pai, rabino, esse, totalmente protegido pela comunidade e crença que sempre acreditou. Mesmo como filha, parece não ter direitos, praticamente como se não existisse para aquele grupo de pessoas. Sobre a paixão proibida, envolve três personagens, o amor entre as duas amigas e um marido que segue lemas e crenças. Passando sobre as liberdades do amar, do ir e vir, do casamento, são muitas as questões que o roteiro traz a tona para pensarmos.

Muito se falou sobre cenas fortes, picantes, que o filme possa ter. Mas Desobediência é simplesmente um bonito filme sobre amor e respeito. Além de tudo, sua cena mais linda e emocionante é uma cena de um abraço simbólico que diz muito sobre a vida e as escolhas dos bem escritos personagens.

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01/07/2018

Crítica do filme: 'Canastra Suja'


Quando em momentos de conflito não existe nem um alma estranha para aconselhar. Escrito e dirigido por Caio Sóh, Canastra Suja é um drama, um retrato nu e cru de uma família recheada de problemas, onde muitos se blindam na dependência alcoólica do pai, Batista, interpretado pelo ótimo Marco Ricca. Impressiona a capacidade do roteiro em prender o espectador. Talvez pelos ‘plot twist’ existentes, talvez pela curiosidade do olhar do público em saber qual o final de cada personagem. É um filme sobre família, seus problemas, seu cotidiano. Cada personagem é uma peça nesse tabuleiro. A eminência da tragédia é algo que percorre todos os intensos 120 minutos de projeção.

Batista (Marco Ricca) e Maria (Adriana Esteves) são casados e são pais de três filhos: Emília (Bianca Bin), Ritinha (Cacá Ottoni) e Pedro (Pedro Nercessian). Eles levam uma vida de aparências, regados de problemas do cotidiano, muito por conta do fato de Batista ser um alcoólatra. Sem confiança de ninguém de sua família, o pai desconta toda sua raiva e frustrações da vida bebendo e no relacionamento repleto de dificuldades com o filho. Alguns acontecimentos surpreendentes vão contornar essa história.

As reviravoltas do roteiro são importantes para o ritmo da trama, vamos aos poucos vendo faces ocultas dos personagens que causam surpresa e mudam nossa ótica sobre eles. Cartas de baralho definem arcos. Extremamente complexos individualmente, completamente desalinhados como família, Canastra Suja apresenta um leque de portas se abrindo ao mesmo tempo que muitas outras se fecham. O olhar para o futuro com alegria vai virando um pequeno feixe de luz na porta mais distância que conseguimos enxergar.

As subtramas são muito bem elaboradas, exploram as características de cada personagem. Os dramas tomam camadas densas e profundas. Muitos personagens parecem estar no limite. Pedro usa os problemas do pai como justificativa para sua falta de rumo na vida, colocando-o sempre em evidência. Emília  é um epicentro importante da família. Parece que todas as variáveis passam por ela, possui um papel de equilíbrio, pelo cuidado que tem pela irmã Ritinha. Namora Tatu (David Junior), mas também gosta do seu chefe dentista. A partir do segundo arco,conhecemos um pouco mais a fundo a dama do baralho, que parece esconder segredos, sonhos e objetivos, Maria, a mãe. Quando a família volta do trabalho, seu papel permanece como outra vertente de equilíbrio, principalmente na relação conturbada entre o filho e o marido. A batalha entre pai e filho percorre todos os arcos. Um coloca no outro a culpa pelos seus problemas. Batista é um pai rígido mas não consegue se livrar de seus fantasmas com a bebida, o que coloca em xeque todo o respeito que os outros poderiam ter por ele.

A bela apresentação inicial, ao melhor estilo teatral, onde a câmera passa pelos personagens já indicava um certo tipo de ciclo que veríamos, talvez com uma redenção, talvez com esclarecimentos sobre os futuros dos personagens. Canastra Suja é um trabalho sólido, surpreendente e, desde já, podemos afirmar ser um dos grandes trabalhos do cinema nacional nesse ano. Imperdível.

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20/06/2018

Crítica do filme: 'Todo Dia' (Every Day)


O amor nasce e cresce a partir de quem somos. Baseado no livro homônimo, de David Levithan, Todo Dia é um projeto repleto de sutilezas que nos leva a lindas memórias quando paramos para pensar em como nossas relações do dia a dia se desenvolvem. Tinha tudo para ser mais uma história sobre amores água com açúcar mas consegue romper essa barreira de maneira inteligente, com personagens carismáticos e com uma mensagem que ficará na memória do espectador durante muito tempo. A direção, fica a cargo de Michael Sucsy que dirigiu o ótimo Grey Gardens e o longa metragem Para Sempre.

Na trama, conhecemos adolescente Rhiannon (Angourie Rice) que vive um relacionamento frio com Justin (Justice Smith), um atleta da escola onde estuda. Certo dia, seu namorado acorda como se fosse outra pessoa. E de fato é exatamente isso. A protagonista descobre que existe uma alma chamada ‘A’ que acorda todos os dias com um corpo diferente. Completamente fascinada e apaixonada por essa alma, Rhiannon precisará viver um romance com a mesma Alma mas em corpos diferentes.

Dividido em arcos bem definidos, um melhor que o outro, a trama tem um forte poder de prender a atenção do público. Nossos olhos seguem os passos da protagonista (Angourie Rice em uma bela atuação) e na sua luta constante em entender sobre o amor da maneira mais peculiar possível. O enredo é bem objetivo, a voz de ‘A’ em outros corpos formam uma sintonia impressionante. É preciso estar atento pois os argumentos levantados no filme são facilmente vistos no mundo real. O foco é no amor que acontece, não há muitos aprofundamentos da relação de Rhiannon com a família mas eles possuem um papel importante no contexto.  

Todo Dia desde seu início intenso, já provoca o espectador com uma proposta de unir a fantasia para a realidade, deixando argumentos interessantes para o espectador traçar seus paralelos. Original em muitos sentidos, o bom ritmo do filme se torna capaz através da figura carismática de sua protagonista e a maneira como ela embarca nessa história que beira ao absurdo mas que também beira ao conforto de todas as almas do mundo que já souberam o que é amar.  



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16/06/2018

Crítica do filme: 'Com amor, Simon'


Em busca de uma grande história de amor. Baseado no livro Simon vs. The Homo Sapiens Agenda, de Becky Albertalli, Com amor, Simon chegou aos cinemas brasileiros esse ano sem muito burburinho. Com um elenco com nomes conhecidos do público jovem, a trama fala sobre preconceitos, o alucinante mundo das redes sociais e sua influência no dia a dia dos jovens de todo mundo, além de falar sobre o primeiro amor de maneira emblemática com o protagonista na luta sobre suas escolhas. O filme, antes de mais nada, é uma grande crítica social ao universo digital dos jovens de hoje em dia, ensina lições profundas sobre a amizade e as liberdades de escolhas.  

Na trama, conhecemos o tímido Simon (Nick Robinson), um jovem que passa desapercebido em seu colégio, a não ser quando está com seu grupo de amigos. Ele é homossexual mas nunca contou a ninguém. Até que um dia, toma coragem de se expor, após descobrir em um blog um outro menino na mesma situação. Mesmo querendo esconder o bate papo com esse misterioso jovem, acaba sendo chantageado quando seu e-mail é lido por um outro jovem. A partir daí, Simon terá que tomar atitudes corajosas para ir em busca de sua felicidade.

Dirigido pelo nova iorquino Greg Berlanti e com as filmagens sendo realizada na cidade de Atlanta, o longa busca na delicadeza e excelente ritmo explorar toda a aventura do protagonista rumo a sua saída do armário. Os coadjuvantes são ótimos e preenchem lacunas sobre todo o aprendizado que Simon absorve através das situações que vive no seu cotidiano. Em camadas não muito profundas, como no arco com sua família e principalmente sua relação com o pai machão, o roteiro dita um ritmo agradável com ótimas tiradas e cenas que caem para a comédia.

O arco da escola é o mais explorado, nas dúvidas e incertezas sobre como reagirão ao saberem que ele é gay, Simon toma decisões equivocadas, não compreendidas pelos amigos mais de perto. Mas como todo filme, ou quase todo, tem uma redenção, a história caminha para um clímax logo em seu final ao sabermos quem é o misterioso jovem com quem o protagonista conversa todos os dias via e-mail. As entrelinhas do filme ensinam muito sobre muitos jovens ao redor do mundo, seus conflitos e segredos.

Com tantos pontos positivos, Com amor, Simon consegue provar que um livro pode virar um bom filme.

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Crítica do filme: 'Eu Só Posso Imaginar'


Até onde vai nossa força para perdoar e seguir em frente? Camuflado de filme religioso baseado em uma famosa canção gospel norte americana, Eu Só Posso Imaginar estreou no circuito brasileiro faz poucas semanas como uma aguardada estreia, até mesmo pela distribuidora do filme do Brasil que abriu pré-vendas para a semana um do filme. Até coachings – professores que criam exercícios para você enxergar algo que não consegue dentro de si, e onde, no mundo, Tony Robbins é o Pelé deles – procuraram cinemas para usar o filme como inspiração. Dirigido pelos irmãos Andrew e Jon Erwin, o longa conta com uma atuação muito competente do Dennis Quaid.

Na trama, conhecemos Bart Millard (J. Michael Finley) um jovem inteligente que namora faz anos a mesma namorada e tenta desenvolver sua vida já no fim dos estudos da high school norte americana. Porém, a cada passo que dá, um imenso obstáculo se monta, tudo por conta da relação conturbada com o pai, Arthur (Dennis Quaid), um alcoólatra que sempre o tratou da pior maneira possível, e, além de tudo, afastou a mãe de Bart. Assim, o protagonista resolve fugir em busca de uma vida melhor e aos poucos acaba descobrindo, quase sem querer, uma aptidão para a música. Mas para conseguir alcançar altos objetivos dentro da carreira musical, ele terá que voltar ao seu passado e reescrever sua história com seu pai.

O espectador que não está familiarizado com a história do Mercyme (a famosa banda de Bart), ou do próprio Bart, passa muitos minutos pensando qual é essa música que é mencionada durante todo o filme e que é um sucesso de público e crítica. Deixando o lado musical de lado, como filme, Eu Só Posso Imaginar possui um roteiro cheio de reviravoltas onde o tema principal sempre rodeia os arcos, gerando emoções às vezes forçadas (é verdade) mas não deixando de transmitir uma mensagem bonita para quem assiste.

Dennis Quaid adiciona bastante nas cenas emocionantes que participa, parece ditar o tom de todo um arco. Seu personagem é tão importante quanto o protagonista, é a página virada que precisa voltar para que o filme tenha sentido. A relação de pai e filho, em todas as suas etapas é bem detalhada, com cenas muito bonitas.



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