Anos de sofrimentos refletidos em canções. Dirigido por Andrés Wood (diretor do excelente “Machuca”), “Violeta foi para o Céu” é um drama que conta a história de Violeta
Parra, uma cantora chilena que teve uma trajetória muito complicada. Ao longo
dos 110 minutos de fita, percorremos muitas fases da vida dramática dessa
artista. O roteiro é muito bem feito, a direção é competente mas o ponto alto
da trama está na atuação de sua protagonista. A atriz Francisca Gavilán passa uma verdade impressionante com o olhar, uma
atuação de tirar o chapéu.
Na trama, somos apresentados a um retrato dramático da
famosa cantora chilena. A timidez na juventude é apenas um detalhe para o molde
da personalidade forte e marcante que viria exercer em seu futuro. A nossa jornada percorre as memórias, os
amores e suas esperanças entre cantorias e mais cantorias (uma mais profunda
que a outra) dessa artista que defendia suas canções sem nunca perder o orgulho
da sua origem chilena.
O roteiro analisa muito especificamente cada fase da
história da cantora. O Pai perdeu tudo no jogo, só deixando como herança um
violão velho que vira um amuleto para continuar de cabeça erguida no rumo de
sua vida. É nesse instrumento que Violeta encontra um conforto para sua sofrida
trajetória. Esse papel (e alguns traumas) da sua família em sua vida, vira um
detalhe que é interpretado de maneira diferente pelo público. Até onde os
acontecimentos trágicos levaram Violeta a cometer a tragédia já no desfecho da
história?
Entre uma sequencia e outra, muitas músicas compões à trama.
As letras profundas, geram reações calorosas da plateia. A interpretação de Francisca Gavilán é absurdamente linda.
Parece que Violeta veio do céu para iluminar essa tremenda atriz. Impecável
atuação.
Mesmo com muitos pontos positivos, a duração é o calcanhar
de Aquiles e deve gerar algumas observações dos cinéfilos. Da maneira que é
contada essa história, o público demora um pouco para se conectar. Mesmo com o
desfecho trágico, não precisava ser tão longo. A extensão da história só
prejudica o elo com o espectador.
Agora só falta você
conferir essa história, que tem alguns pontos negativos, mas merece sua análise,
cinéfilo! Viva o cinema latino!