O novo filme do astro Brad Pitt, O Homem da Máfia, é um filme moderno que fala sobre um mundo de
violência extrema e sangue por todos os lados. Dirigido pelo neozelandês Andrew
Dominik (O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford) o
longa-metragem em seu início tenta se sustentar nos diálogos alucinantes que
dizem muitos dos personagens. A direção de Dominik é inteligente, levando o
público para dentro da ação a todo instante, agregando uma trilha sonora repleta
de muito ‘Folk’ ao contexto. A história, que é rodeada de frios e calculistas
assassinos, surpreende por possuir discursos e comentários sobre a política
financeira americana que ganham destaque entre uma sequência e outra tendo em
seu desfecho (parafraseando Thomas Jeferson) seu clímax.
A Câmera bastante detalhista do diretor mostra a história de
dois viciados e endividados que roubam uma casa de pôquer, frequentado por
altos figurões da máfia local. Assim, a máfia local chama um matador famoso
para se impôr e resolver a situação da melhor maneira possível. O novo filme do
marido de Angelina Jolie aborda de maneira consciente os pontos de vista dos
personagens, sobre essa situação delicada que foram envolvidos.
Muitas referências ou coincidências? Tem uma cena, específica de tiro, que lembra
os efeitos do filme 2 Coelhos, de Afonso Poyart (aliás, muito bom podermos fazer
referências positivas ao nosso cinema). Também não seria um absurdo dizer que o
longa-metragem tem seus momentos Tarantino (Bastardos Inglórios),
além de sequencias de brigas muito bem filmadas, lembrando os ótimos filmes de
Refn (Drive).
Com um penteado dos tempos da brilhantina, Brad Pitt (Clube
da Luta) está muito bem novamente na pele do assassino que gosta de
matar colocando os sentimentos de lado. Tem ótimas cenas com o personagem de
Richard Jenkins (O Visitante), que, por sinal, também merece honrosos elogios. Falando
mais do que agindo, James Gandolfini e seu Mickey também dão o ar de sua graça participando
de uma espécie de divã entre matadores onde pregam sobre prostitutas à
trabalhos sujos antigos. Todos os coadjuvantes também contribuem para a boa
dinâmica da história na telona.
O grande mérito de O
Homem da Máfia é o de não esquecer seu papel para a comunidade e impõe com
louvor uma tremenda crítica social. Dia 30 de novembro nos cinemas.