02/10/2013

Crítica do filme: 'The Canyons' (Festival do RJ 2013)

O aguardado e polêmico filme do homenageado deste ano do Festival do Rio Paul Schrader (O Acompanhante) - roteirista do clássico filme de Martin Scorsese, Touro Indomável –  é uma grande discussão sobre relacionamentos, poder e uma necessidade quase obsessiva de falar sobre sexualidade, sendo essa, abordada de diversas maneiras ao longo dos 99 minutos do longa. Nem de longe é o melhor que Schrader poderia fazer atrás das câmeras, o filme deixa muito a desejar.

No filme de baixo orçamento bancado em parte via crowdfunding, somos apresentados ao protagonista Christian – interpretado pelo famoso ator pornô James Deen - que comanda a jornada de jovens de vinte e poucos anos em busca de poder, amor, sexo e status na capital mundial do cinema, Hollywood. Christian adora utilizar seu status nos filmes que produz e envolve sua namorada, Tara (Lindsay Lohan), que já foi uma modelo de renome, para essa vida tumultuada cheia de jogos mentais  que se transformam em uma espécie de vingança.

A trama foca o tempo todo na ambição e obsessão por sexo numa faixa etária jovem. A forma como é abordada essas atitudes intempestivas e inconseqüentes na história chegam ao público de maneira superficial e com pouco desenvolvimento. O roteiro do californiano Bret Easton Ellis (autor do livro que baseou o filme Psicopata Americano) não consegue ter a profundidade nem a maturidade de apresentar esses elementos de maneira convincente, culpa em parte da péssima atuação de todo o elenco.

Algumas curiosidades compõem essa obra. A participação especial do diretor Gus Van Sant (Terra Prometida) como ator, o protagonista ser um ator pornô muito famoso e  não se sabe se por duvidar do profissionalismo de sua protagonista ou apenas por precaução a atriz Leslie Coutterand ficou como substituta de Lindsay Lohan (Todo Mundo em Pânico 5) durante todo o período das gravações, para que se algo acontecesse e Lindsay saísse do projeto, ou fosse demitida, pudesse ser rapidamente substituída.


O filme dificilmente chegará aos cinemas brasileiros, devendo trilhar o caminho dos que não conseguem fazer brilhar os olhos dos distribuidores. A trama tinha potencial, a premissa é boa. O não desenvolvimento da história e dos personagens, transformam esse trabalho em uma frustração sonolenta.