O aguardado e polêmico filme do homenageado deste ano do
Festival do Rio Paul Schrader (O Acompanhante) - roteirista do
clássico filme de Martin Scorsese, Touro Indomável – é uma grande discussão sobre relacionamentos,
poder e uma necessidade quase obsessiva de falar sobre sexualidade, sendo essa,
abordada de diversas maneiras ao longo dos 99 minutos do longa. Nem de longe é
o melhor que Schrader poderia fazer atrás das câmeras, o filme deixa muito a
desejar.
No filme de baixo orçamento bancado em parte via
crowdfunding, somos apresentados ao protagonista Christian – interpretado pelo
famoso ator pornô James Deen - que comanda a jornada de jovens de vinte e
poucos anos em busca de poder, amor, sexo e status na capital mundial do
cinema, Hollywood. Christian adora utilizar seu status nos filmes que produz e
envolve sua namorada, Tara (Lindsay Lohan), que já foi uma modelo de renome,
para essa vida tumultuada cheia de jogos mentais que se transformam em uma espécie de vingança.
A trama foca o tempo todo na ambição e obsessão por sexo
numa faixa etária jovem. A forma como é abordada essas atitudes intempestivas e
inconseqüentes na história chegam ao público de maneira superficial e com pouco
desenvolvimento. O roteiro do californiano Bret Easton Ellis (autor do livro
que baseou o filme Psicopata Americano) não consegue ter a profundidade nem a
maturidade de apresentar esses elementos de maneira convincente, culpa em parte
da péssima atuação de todo o elenco.
Algumas curiosidades compõem essa obra. A participação
especial do diretor Gus Van Sant (Terra Prometida) como ator, o
protagonista ser um ator pornô muito famoso e não se sabe se por duvidar do profissionalismo
de sua protagonista ou apenas por precaução a atriz Leslie Coutterand ficou
como substituta de Lindsay Lohan (Todo Mundo em Pânico 5) durante todo
o período das gravações, para que se algo acontecesse e Lindsay saísse do
projeto, ou fosse demitida, pudesse ser rapidamente substituída.
O filme dificilmente chegará aos cinemas brasileiros,
devendo trilhar o caminho dos que não conseguem fazer brilhar os olhos dos
distribuidores. A trama tinha potencial, a premissa é boa. O não
desenvolvimento da história e dos personagens, transformam esse trabalho em uma
frustração sonolenta.