Depois de cinco anos longe das telonas e tendo no currículo
o excelente filme Meninos Não Choram (que deu o primeiro Oscar para a atriz
Hilary Swank), a cineasta norte-americana Kimberly Peirce topou o desafio de recriar
o universo de uma das histórias mais famosas de Stephen King, Carrie,
a Estranha. Com pequenas adaptações para a nossa época, fato que já
diferencia esse remake do seu original dirigido por Brian de Palma em 1976, e
uma atuação convincente de Chloë Grace Moretz (Kics-Ass 2) essa nova releitura
possui bons argumentos para convencer o público a partir do dia 06 de dezembro
nos cinemas.
Na história, conhecemos Carrie White (Chloë Grace Moretz) uma
jovem que entrou no colégio recentemente a pedido da justiça já que antes
recebia apenas aulas em casa. Sua mãe Margaret White (Julianne Moore) é uma
costureira e fanática religiosa que impõe uma severa disciplina de sua jovem
filha. Certo dia, Carrie sofre um intenso bullying de sua classe dentro da
banheiro e a partir deste fato vai descobrindo que possui poderes especiais que
culminam no terrível dia de sua formatura na escola.
O conflito familiar na casa 47 é mostrado de forma intensa, com
direito a agressões verbais e físicas. Carrie começa a bater de frente com sua
mãe e a argumentar com eficácia, principalmente quando a personagem amadurece
começando a estudar e entender melhor seus poderes. A questão é que ela ainda é
jovem e confusa, tendo apenas como porto seguro e desabafo algumas conversas
com sua professora de educação física, Ms. Desjardin (Judy Greer).
Chloë Grace Moretz volta a atuar bem em um remake. No ano de
2010, a jovem atriz norte americana de apenas 16 anos surpreendeu os cinéfilos
com uma bela atuação na pele da vampira Abby, no suspense Deixe-me Entrar, baseado
na fita sueca de Tomas Alfredson (O Espião Que Sabia Demais), Deixe
Ela Entrar. Um dos pontos negativos é a
atuação de Julianne Moore (Amor a Toda Prova) que exagera na
composição de sua personagem mas não compromete a história.
Como qualquer remake, nem tudo é igualzinho ao original.
Nesse caso, a essência da história é preservada, além de algumas cenas
clássicas. Os efeitos especiais, detalhe que não tinha na fita original, são
muito bem executados e acrescentam, sem exageros, bastante às sequências.
Carrie, a Estranha 2013, é um bom filme de terror camuflado de suspense
sobrenatural. Pra quem gosta do gênero,
deve agradar.