A vida é um grande baile onde cada um tem seu papel na hora
da dança. Com mudanças temporais constantes, um roteiro que não beira ao linear,
a fábula épica Um Conto do Destino tinha tudo para ser mais um filme bobinho,
esquisito e feito para ganhar dinheiro nas bilheterias mundo à fora. Só que o
filme é salvo por personagens intrigantes e uma história sobre destino que no
final das contas acaba convencendo. Vilões que se transformam em monstros,
cavalos que voam e ajudam a justificar o destino, são alguns dos estranhos elementos
que contornam a história criada por Mark Helprin e adaptada, produzida,
dirigida pelo estreante em longas-metragens Akiva Goldsman.
Na trama, conhecemos Peter Lake (Colin Farrell), um ladrão
metido a mecânico que pulou de orfanato em orfanato quando criança. Quando
Peter briga com seu chefe, o mafioso Pearly Soames (Russell Crowe), encontra um
cavalo encantado (parece o cavalo da Tristar Pictures) e resolve fugir da
cidade onde mora mas acaba conhecendo a bela Beverly Penn (Jessica Brown
Findlay), que logo se torna o grande amor de sua vida. Assim, ultrapassando a
barreira do tempo e lutando contra um destino às vezes injusto, Peter
enfrentará muitos desafios em busca de um porto seguro, suas certezas e seu
verdadeiro destino.
Um Conto do Destino é uma história delicada, cheia de carinho e
ternura. Mas muita gente vai achar bobinha, cheia de mentirada e assuntos
fantasiosos demais. Não deve existir meio termo, ou você vai amar ou odiar esse
projeto. O que todos vão adorar é a belíssima trilha sonora assinada pelo
craque Hans Zimmer que acaba sendo fundamental para as sequências. O espectador
precisa assistir a esse filme de coração aberto. O poder dessa fábula
fantasiosa é percebemos que dentro de uma história há elementos importantes que
vemos todo dia em nossa realidade. Quando perdemos um grande amor, a vida passa
a não ter mais sentido, vira um livro com dezenas de páginas em branco...quem não
se identifica com isso?
Nomes famosos no mundo do cinema preenchem lacunas
importantes deixadas pela trama. Will Smith em um papel que nunca vimos ou
imaginamos antes, Russel Crowe e sua cara fechada como embaixador das forças do
mal, a delicadeza e olhar impactante da sumida Jennifer Connelly, o feijão com
arroz de Colin Farrell que não compromete dessa vez, o equilibrado personagem
de William Hurt e o grande destaque do filme, a novata vinda do mundo dos
seriados Jessica Brown Findlay. Cada um desses contribui para que todos os
personagens tenham seu espaço na história.
Um Conto do Destino mostra que fábulas ainda emocionam os
nossos corações. Ensina, que somos máquinas simples que precisam do universo
para poder funcionar. As lições são inúmeras e se deixar levar pela simpatia
dos personagens é um dos caminhos para você comprar sua pipoca e assistir a
essa produção a partir do dia 21 de fevereiro nos nossos cinemas.