A rebeldia do jovem nasce e cresce na explosão dos
sentimentos, na simples e vital inquietação de não poder fazer tudo.
Baseado em um quadrinho, situado na década de 80, de Coco Moodysson, o
longa-metragem sueco Nós Somos as
Melhores fez um grande sucesso em muitos festivais Indie que participou
nesses últimos meses. Dirigido pelo cineasta Lukas Moodysson, o filme é um
grito da juventude, em plena época do nuggets de torradeira, guiada por uma trilha sonora ligada nos altos
decibéis do punk rock europeu. É um filme que deve agradar a todos os públicos,
possui ritmo e uma genuinidade transparente que transborda na telona.
Em uma época em que o Punk domina a programação das rádios
no velho continente, duas meninas de 13 anos, com um ar bem rebelde, resolvem
formar uma banda de rock and roll e escrever canções sobre situações que vivem
no seu dia a dia. Como elas não tem nenhuma instrução musical, resolvem
adicionar uma outra jovem, com grande talento no violão, ao grupo. Assim, as 3
meninas embarcam em dias de descobertas tendo sempre a música como plano de
fundo.
Nós Somos as Melhores
se encaixa naquele tipo de filme que o público logo nota ser atemporal,
isso aproxima demais o espectador da história. A cena onde as meninas se metem numa
confusão em um festival de música, mostra uma crítica profunda a uma sociedade
que limitava sonhos mas que nunca deixava de sonhar. A sociedade se remodela, o
método miojo de comunicação instantânea chegou dominando, mas aquele sentimento
próprio do ser humano de tentar encontrar seu caminho é algo que está dentro de
nós. O filme bate nessa tecla o tempo todo.
Os pensamentos imaturos e o seu modo de expressão viram uma
mistura cômica e cheia de atitude na condução de Mooddysson. A fragilidade,
oriundo da idade das protagonistas, dá um sobretom verdadeiro às atitudes. Gritando
por uma liberdade precoce, elas se sentem livre, vivem essa rebeldia
contagiante, abrem um sorriso ao destino e acabam redesenhando sua própria história.
Não percam Nós Somos as Melhores!
Bravo!