A adversidade é um trampolim para a maturidade. Em seu
terceiro longa-metragem do currículo, o norte-americano Zach Braff, que você já
deve ter ouvido falar por conta do seriado Scrubs, volta a falar sobre dramas
familiares e personagens complexos no intrigante e cheio de metáforas Wish I Was Here. O filme é um drama
comovente sobre a arte do crescer e saber a hora certa de adicionar componentes
de maturidade nas suas escolhas de vida.
Na trama, conhecemos um ator desempregado chamado Aidan
(Zach Braff), pai de dois filhos, que vive às custas de sua mulher Sarah (Kate
Hudson) que é extremamente infeliz no casamento. Para piorar, seu pai Gabe (Mandy
Patinkin) está com câncer terminal e sua vida começa a desabar ao seu redor.
Assim, o protagonista embarcará em uma jornada em busca de um novo sentido para
seu destino.
Wish I Was Here é
uma história madura sobre as verdades do mundo lá fora. O protagonista vive em
busca de seu sonho mas acaba esquecendo das coisas básicas como por exemplo
sustentar sua família. O roteiro de Zach Braff brilha nesse momento. Acomodado
pelo sustento de sua mulher e pela ajuda considerável que seu pai lhe dava, o
personagem entra em parafuso quando precisa aprender a caminhar sozinho, mesmo
que forçadamente. Esse longa-metragem é
uma história totalmente possível em nossa realidade, principalmente quando
pensamos naquele amigo que sempre foi mimado por sua família, talvez por isso
que a história chegue com um certo impacto para cada um de nós cinéfilos.
O termômetro da trama é a esposa do protagonista, Sarah,
interpretada de maneira muito competente por Kate Hudson. Há uma sutileza, uma
energia enlatada que vai saindo em cada cena. Prestamos atenção atentamente a
cada passo de Sarah, principalmente porque quando aparece em cena brilha e nos
trás respostas a lacunas não preenchidas, resumindo, acaba sendo o ponto de
intercessão de toda a trama.
Como em todo filme de Braff, uma ótima trilha sonora se
mistura adequadamente às sequências. Falando no diretor, esse artista completo,
é um dos poucos que conseguem dirigir e atuar com muito êxito em seus projeto.
Quem não lembra do ótimo Hora de Voltar
com Natalie Portman? Se continuar nessa caminhada de sucesso, a cada novo
projeto que Braff assina mais ansiedade vai gerar aos amantes do bom cinema.