A vida é um eterno filme ou mesmo uma eterna peça de teatro.
Dirigido pelo experiente cineasta norte-americano Barry Levinson, O Último Ato é um filme que possui uma
pegada a la Woody Allen que só vendo você pode perceber. Com uma atuação de
gala do eterno poderoso chefão Al Pacino, The Humbling (no original) fala sobre
a decadência de um famoso ator de teatro que precisa se recriar dentro de seus
problemas e isso acaba gerando cenas hilárias e reflexivas onde a cada minuto
que passa vamos conhecendo a fundo um dos melhores personagens do ano.
Na trama, conhecemos Simon Axler (Al Pacino), um senhor de
idade, mestre dos palcos que resolve abruptamente encerrar a carreira e se
dedicar a consertar sua vida pessoal, nada social. Nessa espécie de mini
aventura de auto descobrimento, Axler acaba batendo de frente com a filha de
alguns ex-amigos e se envolve calorosamente com ela. Esse é o início de uma
série de pequenos conflitos que vão fazendo o público cada vez mais se
aproximar deste belo personagem. As sessões do personagem principal com o
psiquiatra via Skype são excelentes, entendemos melhor sua personalidade nesses
ótimos diálogos que compõe os arcos do roteiro ao longo dos 112 minutos de
fita.
O protagonista é intrigante. Al Pacino pinta e borda seu
Simon Axler é um brilhante artista em plena crise e afundado em reflexões sobre
todas as decisões que tomou ao longo de toda sua vida, pessoal e profissional. Encontramos
um paralelo bem interessante entre esse trabalho e o atual vencedor do Oscar de
Melhor Filme Birdman. A profissão de
ator não é fácil, altos e baixos acontecem mas sempre o objetivo é a volta por
cima.
Estar no palco era como estar em casa. Há muitas perdas que
você pode superar, mas seu ofício? Acompanhamos detalhadamente cada situação
que se envolve o protagonista, suas mágoas e seus desejos mais profundos,
sempre em busca da arte do recomeçar. Não adianta o brilhantismo, você precisa
estar preparado. Esse é o grande desafio que acompanha a trajetória desse fabuloso
personagem brilhantemente interpretado por um dos atores mais fantásticos que
já atuaram nas telas de cinema mundo à fora, Al Pacino.