Dirigido pelo ótimo cineasta Eskil Vogt, roteirista do
espetacular Oslo, 31 de Agosto, chegou aos cinemas brasileiros o
espetacular filme Blind. Exibido no
último Festival do Rio, onde gerou comentários super positivos da maioria do
público que conferiu o filme, esse longa-metragem norueguês possui dezenas de
elementos instigantes que deixarão o público completamente fixado nas ótimas
sequências e raciocínios sobre a mente humana que se prolongam ao longo dos
majestosos 91 minutos de projeção. Esse, sem dúvidas, é uma daquelas jóias raras
que o cinema europeu, felizmente, lança mais de uma vez durante todos os anos.
Na trama, conhecemos a misteriosa Ingrid (uma atuação
fabulosa de Ellen Dorrit Petersen), uma mulher de meia idade que perdera a
visão recentemente e isola-se em casa, ao lado do marido, por se sentir mais
segura e por conhecer, de memórias, o ambiente. Aos poucos Ingrid vai se vendo
mais sozinha e começa a criar uma história a partir de profundos medos/inseguranças
e fantasias totalmente reprimidas. Assim, acompanhamos essa trajetória mágica
que diz muito sobre a mente humana.
O diretor preza pelos detalhes, impressionante a capacidade
de fazer o público ficar perplexamente introduzido a tudo que acontece em cena.
O respirar, o tocar, todos os outros sentidos vão ganhando força nas ações da
brilhante personagem. O fato dessa personagem ser deficiente visual, transforma
essa fita em uma original história sobre a arte do recomeçar o viver. Tudo é
novo e ao mesmo tempo antigo na mente de Ingrid, o público percebe as
angústias, pensamentos ambíguos e todo tipo de ação da personagem.
A única coisa que temos para lamentar é o curtíssimo
circuito que o filme teve aqui no Brasil. Essa fita, é uma das raridades que o
cinema produz a cada ano, merecia uma aposta das grandes salas de cinema, fato
que não ocorreu. De qualquer forma, Blind
chegará nas locadoras em breve e com certeza em outras janelas de exibição.
Vocês não podem perder essa grande história!