Depois de dirigir o ótimo Celeste e Jesse Para Sempre (filme que passou desapercebido aqui no
Brasil), o jovem cineasta Lee Toland Krieger voltou às telonas com o inusitado
reconto moderno romântico A Incrível
História de Adaline. Lembram daquelas histórias de começos “Era uma Vez”? Esse
projeto caminha nessa vagarosa estrada, porém, possui uma profundidade marcante
na maioria dos seus arcos, uma direção de arte espetacular e uma ótima atuação
da atriz californiana Blake Lively. Tudo é muito bem feito nesse belo projeto
que deve agradar ao público.
Ao longo dos 110 minutos de projeção, vamos conhecendo
(muito por meio de flashbacks) uma linda mulher chamada Adaline Bowman (Blake
Lively) que nasceu próximo da virada do último século e após um terrível
acidente de carro nunca mais envelheceu. Depois de viver grandes amores, ser
perseguida pelo FBI, ver sua filha envelhecer, trocar de nomes a cada nova
década, resolve se entregar/viver um novo e recente amor, Ellis Jones (Michiel
Huisman). Assim, deverá enfrentar todos os seus medos e receios de sua curiosa
imortalidade.
O filme tem vários aspectos interessantes, que chamam a
atenção. O primeiro deles são as explicações estribadas em conceitos físicos
lógicos sobre a questão da imortalidade. Essa opção de uma explicação mais complexa
merece nosso respeito, não só porque adiciona e muito à trama mas também porque
não quiseram nos empurrar uma explanação parva. O segundo é a surpreendente delicadeza,
sutileza e sobriedade da atuação de Blake Lively, uma atriz que vemos pouco nos
cinemas e que se dedicou anos ao seriado Gossip
Girl. O terceiro são os ótimos Harrison Ford e Ellen Burstyn (a eterna vencedora
do Oscar, na opinião cinéfila, por sua magnífica atuação em Réquiem Para um Sonho (2000)) – Obs: dane-se o que a Academia decidiu naquele ano) ,
cada um melhor que outro, tornando seus personagens impactantes para a
história.
A Incrível História
de Adaline estreou na última quinta-feira em alguns cinemas de todo o
Brasil. Mesmo com algumas poucas fragilidades, é um trabalho requintado que
beira ao primoroso, uma espécie de conto de fadas pós-moderno que possui
elementos para fisgar públicos de todas as idades. Vale muito a pena conferir.