Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que
acredite que ele possa ser realizado. Dirigido pelo produtor, roteirista e
cineasta californiano Sean McNamara, Spare Parts tinha tudo para ser mais um filme chatinho
sobre o tal do ‘vencer na vida’ mas o longa-metragem consegue uma profundidade pitoresca
que usa e abusa do carisma que seus personagens exalam sem serem sardônicos. Mesmo
não sendo um filme ótimo, tendo uma direção apenas regular, os destaques são George
Lopez e Marisa Tomei que ficam com a missão de levar a história e conseguem com
muito êxito agradar aos cinéfilos.
Na trama somos apresentados
a um grupo de estudantes do ensino médio que possuem um cotidiano duro, tanto
na escola quanto em casa. Eles estudam em um colégio barra pesada em uma
cidadezinha do interior dos Estados Unidos que é comandado por uma carismática
diretora, interpretada pela sumida Jamie Lee Curtis. Certo dia, um dos
professores tira uma licença e o engenheiro e professor Fredi Cameron (George
Lopez) é chamado para assumir o cargo. Isso mudará a rotina de todos, pois um
clube de ciências é restaurado e alguns alunos decidem se inscrevem em um torneio
de criação de robôs subaquáticos, de esfera nacional. Assim, aprendendo sobre
física, mecânica, união e o trabalhar em grupo, os alunos terão seus destinos
mudados.
O roteiro de Elissa
Matsueda, baseada um artigo escrito por Joshua Davis, é bem definido seguindo
as velhas e famosas instruções, “receita de bolo”, hollywoodianas. O
diferencial deste projeto, e por isso que ganhou boas opiniões não só no IMDB
mas deste jovem cinéfilo que vos escreve, é a naturalidade que os personagens
são desenvolvidos pelos seus respectivos atores. É muito fácil se aproximar
dessa história, é pundonoroso e muito honroso a dedicação de todos quando em
cena. É uma verdadeira homenagem aos reais personagens, já que o filme é
baseado em uma história real.
O filme estreou nos
Estados Unidos em janeiro deste ano e, infelizmente, somente por um milagre
conseguirá ser exibido nos cinemas daqui. Esse é o tipo de filme que foge um
pouco do radar das distribuidoras brasileiras, infelizmente. Olha que esse longa
é muito melhor que muitos filmes que já estrearam neste ano por aqui. De
qualquer forma, se você cinéfilo tiver a oportunidade de assistir, não pense
duas vezes. Não é o melhor trabalho do mundo mas é um daqueles projetos que
vale a pena dar uma olhada.