Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente. Dirigido
pelo cineasta, debutante em longas-metragens, Álex Pina, o drama Kamikaze tem boas pitadas de comédia,
prefere seguir a linha do superficial e se aproveitar da ótima atuação do
excelente ator argentino Eduardo Blanco (O
Clube da Lua). É um drama, de fato, mas a premissa se inverte quando
percebemos que o reviver aflora no caminho do protagonista. A leveza da fita
gera uma grande empatia do público em relação a história.
Na trama, conhecemos o traumatizado Slatan (Álex Garcia) um
homem que perdeu tudo em um evento traumático provocado pelo governo Russo.
Agora, ele está disposto a se explodir a bordo de um avião que sai de Moscou
com destino a Madrid, porém seu objetivo é desviado quando, devido a uma tempestade
de neve, o vôo é cancelado . Assim, é enviado (junto com os restantes dos
passageiros) para um hotel longe de tudo, para aguardar um novo vôo, onde o
protagonista terá a oportunidade de conhecer melhor as pessoas quem iria
machucar.
Você começa a ver o filme e logo a mente cinéfila faz
analogias com Paradise Now ou algum
outro tipo de filme que fala sobre atentados suicidas. Mas, Kamikaze desce em um escorrega rumo à
comédia, que chega até a ser meio inusitado. Colocaram no liquidificador o pesado tema com
muitas referências a outros filmes do gênero e adicionaram uma lista de ótimos
atores que tendem à comédia transformando esse trabalho em uma experiência
muito interessante. Você chora, ri, e principalmente é fisgado por tudo que
acontece em cena.
Estimado em cerca de 4 Milhões de dólares, esse filme
espanhol dificilmente chegará às telonas brasileiras. O que é uma pena. É um
filme com potencial de agradar a todo tipo de público.