Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a
vitória é o desejo de vencer. Com mais de 30 trabalhos como diretor, seja em
curtas, medias ou longas metragens, o cineasta britânico John Boorman volta a
falar sobre o universo que cerca uma guerra com esse novo drama Rainha e País. A fita tem alguns arcos
bem chatos, o roteiro flutua entre mostrar dramas pessoais com certa profundidade,
criar uma novela mexicana com a adição de paixões e a descoberta do amor. Uma
fórmula muito cheia de clichês e que se mostra ao longo de todo a projeção bem sonolenta.
O filme, protagonizado pelo ator Callum Turner traz de volta
o personagem Bill Rohan que já vimos em Esperança
e Glória (1987), também dirigido por Boorman. Agora, já mais velho, é
convocado para o exército britânico, onde ele e seu melhor amigo, o maluquinho
Percy (Caleb Landry Jones), invocam uma particular briga contra seus superiores
cheios de regras na base onde servem e, entre uma boa briga e outra, acabam
descobrindo o amor.
Esse longa-metragem, que vem fazendo números bem baixos ao
longo do mundo todo (bilheteria), poderia ter adotado a tática do não exagero
na hora de transmitir uma mensagem. O personagem Percy, por exemplo, é uma peça
importante para que o filme não consiga um ritmo, uma evolução que encha o
público de expectativa. Suas artimanhas e malandragens se tornam uma fórmula
batida e chata pois dominam a tela não significando muita coisa para a
história. O protagonista é esquecido ou passa desapercebido em muitos momentos.
Isso atrapalha demais.
Rainha e País é
recheado de boas intenções mas que jogados na telona não funciona em nenhum
momento. O que prende mais o público são os dramas pessoais , principalmente o
vivido pelo carrancudo Sargento Bradley (interpretado pelo ótimo David Thewlis)
e a misteriosa personagem Ophelia (Tamsin Egerton) que acaba sendo uma obsessão
na vida do personagem principal. Quando paramos para pensar, o protagonista na
verdade é um coadjuvante de suas próprias histórias, seja pela fraca atuação de
Callum Turner, ou, seja pela falta de força do personagem ao longo da projeção.