Não é de hoje que o cinema dinamarquês vem conquistando a
atenção dos cinéfilos mundo à fora. A qualquer novo trabalho, as atenções se
voltam de novo a essa intensa escola e ao seu modo de contar uma história. Assim, começamos
falando da cineasta Susanne Bier e a sua marca registrada em preencher a tela
com emoções à flor da pele por meio das histórias tristes, e muitas vezes sem
rumo, de seus personagens. Não há delicadeza no cinema de Bier, o ser humano é
exposto aos seus mais profundos limites. As fraquezas são mostradas da forma
mais nua e crua. Porém, neste trabalho, diferente de sua grande maioria
passada, infelizmente, tudo dá errado e o filme vai se tornando tão ou mais sonolento
do que assistir a um jogo de futebol narrado pelo Galvão Bueno.
Na trama, conhecemos o policial Andreas (Nikolaj
Coster-Waldau), um sujeito boa praça que sofre um grande trauma em sua vida
quando durante a noite seu único filho para de respirar. Desesperado e sem
saber o que fazer, acaba escolhendo uma alternativa arriscada quando resolve
trocar seu bebê por um outro. Essa escolha irá traçar para sempre seu destino.
Parece que falta alguma peça para somar a história. Não é
toda hora que a famosa diretora dinamarquesa consegue prender a atenção do
público com seus melodramas. Em Corações
Livres, Depois do Casamento e Em Um Mundo Melhor Melhor a fórmula
funciona bem melhor, nesse novo trabalho, que chegou aos cinemas brasileiros no
último dia 04 de junho, não dá certo.
Mesmo com os ótimos Nikolaj Lie Kaas e Ulrich Thomsen, falta
desenvolvimento dos personagens dentro da trama. Tudo é muito gratuito e muitas
vezes confuso. É difícil aceitar essa fábula melodramática. Segunda Chance é um filme bem irregular
que chega a ser chato em muitos momentos, acaba pagando por uma fórmula que nem
sempre dá certo. Por tudo que já fez no cinema, Bier merecia uma segunda chance
de fazer um filme decente.