Depois de dois anos afastado do mundo mágico do cinema, o
famoso ator britânico Hugh Grant volta às telonas da melhor maneira possível
interpretando um papel bem a sua cara que vai tirar diversas risadas do público.
Dirigido pelo cineasta nova-iorquino Marc
Lawrence (do ótimo Letra e Música e
do péssimo Cadê os Morgan?), Virando a Página é uma comédia bem água
com açúcar mas que cresce bastante com o entrosamento e a força cênica que o
elenco possui. Os ótimos J.K Simmons (atual vencedor do Oscar de Melhor Ator
Coadjuvante pelo espetacular Whiplash)
e a sempre bela Marisa Tomei são coadjuvantes de luxo nesse bom trabalho.
Na trama, acompanhamos a trajetória do roteirista, vencedor
do Oscar, Keith Michaels (Hugh Grant), um trabalhador do mundo do cinema que
após um grande sucesso, sua carreira nunca mais foi a mesma e ele foi esquecido
por estúdios em toda Hollywood. Sem dinheiro nem para pagar a conta de luz de
sua casa, resolve aceitar uma oferta inusitada: dar aula de roteiros em uma
faculdade no interior dos Estados Unidos. Chegando na desconhecida cidadezinha
começa a tentar reconstruir sua vida. Para isso, ele vai contar com a ajuda da Holly
Carpenter (Marisa Tomei) um estudante do curso de roteiro.
O mérito deste projeto, a princípio, é do roteiro, que
consegue demonstrar uma inteligente forma de apresentação da situação principal
e dos personagens, sempre com uma leveza que gera de cara uma empatia do
público. A direção de Lawrence é bastante competente e obviamente abriu em
muitas cenas, a opção do improviso que é uma das boas características do seu
protagonista britânico.
Hugh Grant é conhecido pelas comédias que levemente tocam em
dramas existenciais ou algo muito profundo. Tem gente que acha que o Sr.Grant
interpreta sempre o mesmo papel nos filmes, mas Hugh, principalmente nesse
trabalho, mostra que é um ator maduro e consegue adentrar ao drama sem esquecer
de sua veia cômica. Virando a Página nada
mais é que um grupo de pessoas que estão virando a página de suas vidas, a
situação não se limita ao protagonista, e isso é bem legal, dá um certo ritmo à
história.