A força da maternidade é maior que as leis da natureza.
Lançado na Suécia em setembro de 2014, o longa-metragem Min så kallade pappa (ainda sem tradução para o Brasil) é um
daqueles belos filmes que infelizmente quase certo de eu nunca veremos por
aqui. O projeto conta com o grande ator sueco Michael Nyqvist e é dirigido pelo
experiente diretor Ulf Malmros. Utilizando bem a realidade e os pés nos chão
para contar uma história que tinha tudo para ser um filminho de sessão da
tarde, Min så kallade pappa é um
filme que você precisa conferir.
Na trama, conhecemos a futura mamãe e professora do jardim
de infância Malin (Vera Vitali), uma mulher com garra e atitude que está
passando por um momento de separação com o futuro pai de seu primeiro filho.
Definida a tomar atitudes corajosas sobre seu futuro, resolve ir em busca do
pai que nunca conhecemos, Martin (Michael Nyqvist), um veterano ator de teatro
que nunca fez questão de procurar notícias de sua única filha. Durante o
inusitado encontro, Martin sofre uma espécie de derrame e perde parte da
memória. Assim, é a grande oportunidade de Malin se aproximar de seu
desconhecido pai.
O fato que mais chama
a atenção nesta fita sueca é a forma realista que o diretor apresenta os fatos
e segue as linhas dos diálogos neste forte drama. Martin e sua personalidade
forte, parece lutar contra seu passado a todo instante, até quando perde a
memória. Malin vive todos os atos do filme atormentada por um passado que se
mistura com o presente, sentindo que o futuro filho vai sofrer da mesma forma
como sofreu quando seu pai a rejeitou quando criança. A linha de raciocínio
para entendermos melhor a profundidade das características de cada personagem é
feita de maneira brilhante.
Min så kallade pappa é
para corações fortes, se aproxima um poucos das duras realidades mostrada por Susanne
Bier e um pouco da poesia melancólica dos trabalhos de Isabel Coixet. Ao longo
das cerca de duas horas de projeção o público se emociona e torce pela sofrida
personagem a todo instante. Min så kallade pappa é um belo filme
que mescla uma realidade quase que infinita e uma linda poesia quase que melancólica.