Tão bom morrer de amor e continuar vivendo. Dirigido pela
cineasta francesa Catherine Corsini, do ótimo Partir (2009), Um Belo Verão,
que faz parte da programação do Festival Varilux de Cinema Francês 2016, é um
filme que fala sobre a luta das mulheres na década de 70 e um amor que nasce
ingênuo e vira uma página importante na história das envolvidas. Um dos grandes
destaques do longa-metragem é o belo roteiro assinado pela dupla Catherine
Corsini e Laurette Polmanss que consegue com maestria dominar a atenção do
público contando sempre com a ajuda de uma singela dose de empatia das ótimas
personagens.
Na trama, acompanhamos a trajetória da jovem Delphine (Izïa
Higelin), filha única que vive no interior da França com seu pai e sua mãe.
Certo dia, resolve abandonar sua família para descobrir o mundo em uma Paris no
ano de 1971, lugar onde está passando por uma época de transformações intensas
ligada à liberdade sexual e ao feminismo. Assim que chega na capital francesa,
logo se aproxima de uma grupo de mulheres que lutam pelos direitos das mesmas,
fazendo inúmeros protestos e invadindo conferências sobre temas polêmicos. Uma
das líderes do grupo é Carole (Cécile De France), uma bela mulher que vive com
seu namorado Manuel. Com o passar do tempo, Delphine e Carole vão se
aproximando e acabam de apaixonando intensamente, provocando uma série de conflitos
para ambas.
Um Belo Verão se
sustenta na força do amor. Fala com garra e inteligência sobre a força das
mulheres em sua constante luta de igualdade de direitos. Entre esses dois
universos, o do amor e o da luta feminina, giram as ótimas personagens
interpretadas pela excelente atriz belga Cécile de France e pela jovem francesa
Izïa Higelin. Delphine é uma jovem que sempre ajudou seu pai nos trabalhos na
fazenda onde mora. Quando descobre Carole, uma mulher independente, pra frente,
com muita atitude e delicadamente bela se entrega completamente a uma paixão
cercada de preconceito e dúvidas em relação à liberdade desse amor. Carole
descobre sua sexualidade com Delphine, se entrega e se apaixona como nunca
antes fizera, vive a cada dia tentando mostrar ser merecedora do amor de
Delphine. O conflito entre as duas acontece por conta da fragilidade nas
atitudes de Delphine que tem muito medo do que os outros vão pensar se
descobrirem sobre elas.
Se o final é triste ou não, não vou dizer. Mas acredito
muito que esse belo trabalho deixa em nossa memória uma linda mensagem sobre
como viver. A liberdade, a igualdade, pontos importantes na ideologia francesa
ao longo das décadas, são fundamentais para que tenhamos o livre arbítrio de
respirar as experiências de vida que achamos as mais felizes para nossa
existência.