Um dia sem rir é um dia desperdiçado. Com o selo de uma das
maiores bilheterias da história do cinema italiano, o novo trabalho do diretor
italiano Gennaro Nunziante, Funcionário
do Mês, é o que podemos dizer de comédia simples mas que navega por temas
polêmicos e possui na força de suas cenas um ponto de interação interessante
com o público. Protagonizado pelo comediante Checco Zalone, um grande show de
situações sem noção é criado e por mais que em alguns momentos o filme se perca
totalmente consegue fazer rir com eficiência.
Na trama, conhecemos Checco (Checco Zalone), um homem de
meia idade que desde que nasceu sonha em ser funcionário público. Conseguindo
realizar seu sonho logo que chega na fase adulta, vive uma vida pacata e sem
emoções em uma cidadezinha italiana. Quando uma reforma administrativa acontece
na Itália, toda a vida manda de Checco é colocada em cheque e ele passa a ter
que lutar pela manutenção de seu emprego se metendo em diversas e hilárias
situações.
O grande mérito dessa comédia é desde seu primeiro minuto
levantar a bandeira de que esse é um filme para rir, sem comprometimento nenhum
com regras cinematográficas ou mesmo com as técnicas cênicas do cultuado cinema
italiano. Esse espírito é que o roteiro carrega, prende a atenção do espectador
com diálogos forçados e uma atuação totalmente caricata de seu protagonista.
Obviamente o filme não agradou a classe crítica, o excesso de assuntos
polêmicos (e bastante atual) camuflado de cenas toscas não convenceu a maioria.
Funcionário do Mês é para ser
analisado como uma tentativa de elucidar problemas sérios de uma Europa em
constante crise de identidade.
Uma das partes que mais chama a atenção é a questão da
burocracia, completamente escrachada por Checco e sua equipe. Entre carimbos e
a vida mansa que um funcionário público pode levar (aos olhos do imaginário
leigo sobre essas questões), o roteiro
utiliza o fator do riso para mostrar – a quem quiser ver – que o mundo nunca
vai ser um lugar monótono e que todos nós devemos estar sempre alerta. Funcionário do Mês ainda está em cartaz
em alguns cinemas mas não teve a carreira que merecia em nosso circuito.