28/08/2016

Crítica do filme: 'Funcionário do Mês'

Um dia sem rir é um dia desperdiçado. Com o selo de uma das maiores bilheterias da história do cinema italiano, o novo trabalho do diretor italiano Gennaro Nunziante, Funcionário do Mês, é o que podemos dizer de comédia simples mas que navega por temas polêmicos e possui na força de suas cenas um ponto de interação interessante com o público. Protagonizado pelo comediante Checco Zalone, um grande show de situações sem noção é criado e por mais que em alguns momentos o filme se perca totalmente consegue fazer rir com eficiência.

Na trama, conhecemos Checco (Checco Zalone), um homem de meia idade que desde que nasceu sonha em ser funcionário público. Conseguindo realizar seu sonho logo que chega na fase adulta, vive uma vida pacata e sem emoções em uma cidadezinha italiana. Quando uma reforma administrativa acontece na Itália, toda a vida manda de Checco é colocada em cheque e ele passa a ter que lutar pela manutenção de seu emprego se metendo em diversas e hilárias situações.

O grande mérito dessa comédia é desde seu primeiro minuto levantar a bandeira de que esse é um filme para rir, sem comprometimento nenhum com regras cinematográficas ou mesmo com as técnicas cênicas do cultuado cinema italiano. Esse espírito é que o roteiro carrega, prende a atenção do espectador com diálogos forçados e uma atuação totalmente caricata de seu protagonista. Obviamente o filme não agradou a classe crítica, o excesso de assuntos polêmicos (e bastante atual) camuflado de cenas toscas não convenceu a maioria. Funcionário do Mês é para ser analisado como uma tentativa de elucidar problemas sérios de uma Europa em constante crise de identidade.


Uma das partes que mais chama a atenção é a questão da burocracia, completamente escrachada por Checco e sua equipe. Entre carimbos e a vida mansa que um funcionário público pode levar (aos olhos do imaginário leigo sobre essas questões),  o roteiro utiliza o fator do riso para mostrar – a quem quiser ver – que o mundo nunca vai ser um lugar monótono e que todos nós devemos estar sempre alerta. Funcionário do Mês ainda está em cartaz em alguns cinemas mas não teve a carreira que merecia em nosso circuito.