O mistério do amor é maior que o mistério da morte. Baseado
no livro homônimo, de Paula Hawkins, best-seller do jornal The New York Times, A Garota do Trem é uma trama esquisita
onde nada é o que parece e o que parece também não é nada demais. Tudo é muito
confuso na história dirigida pelo ator e diretor Tate Taylor (Histórias Cruzadas). A protagonista não
possui a força e carisma necessários para prender nossa atenção nos sonolentos
100 minutos de projeção. Como filme, realmente não deu certo.
Na trama, conhecemos a desequilibrada Rachel (Emily Blunt)
que tenta seguir em frente em sua vida mesmo tendo um vício constante por álcool
e ter sida abandonada pelo ex-marido. Assim, escondendo da amiga que divide
apartamento que perdeu seu emprego, passa seus dias andando de um lado para o
outro de trem desenhando e criando em sua imaginação histórias para seus reais
personagens. Até que certo dia acaba se envolvendo como testemunha de um terrível
crime que aconteceu, por grande coincidência no bairro onde seu ex-marido mora
com a nova esposa e o filho recém nascido.
O grave problema dessa produção é a falta de lacunas
preenchidas para a composição de sua protagonista. Completamente fora do
controle (ritmo desnecessariamente acelerado) , com várias passagens vagas e
diálogos sem força na história, a personagem principal é mais confusa que o
atual meio campo do time do São Paulo. O
filme fica navegando nas águas do mistério mas na verdade é um grande drama
existencial mas sem possibilidades de nos conectarmos com seu enredo. Emily
Blunt até se esforça em tentar compor a personagem mas chega no meio do caminho
e parece mais perdida do que nós que assistimos o filme.
A Garota no Trem estreou
no Brasil no fim do ano passado, é o típico produto enlatado hollywoodiano
adaptado de um Best Seller que na hora de virar filme acaba se enchendo de
elementos com recheios de clichês. O livro deve ser bem melhor!