Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a
vitória é o desejo de vencer. Dirigido pelo experiente cineasta canadense Christian
Duguay, Os Meninos Que Enganavam
Nazistas é mais um recorte da grande guerra. Mostra um lado do conflito que
dizimou populações de vários países. Aos olhos de dois carismáticos irmãos
somos testemunhas dos absurdos que os nazistas faziam, uma perseguição em massa
contra os judeus em uma França dividida na década de 40. O roteiro é baseado em
fatos reais e na obra Un Sac de Billes
– também o nome original desse longa – escrito por Joseph Joffo, um dos
protagonistas da história.
Na trama, conhecemos a família Joffo, judeus que vivem na
França em uma época onde os nazistas ocuparam algumas regiões desse país,
tornando a vida de esforçados trabalhadores em um inferno doloroso. Assim,
Joseph (Dorian Le Clech) e Maurice (Batyste Fleurial) precisam fugir, seguindo
um plano mirabolante feito por seu pai, o barbeiro Roman (Patrick Bruel) para
uma região neutra e assim a família poder ser reunida novamente. Passando
várias situações de risco e contando com a ajuda de surpreendentes personagens
que aparecem na trajetória dos irmãos, os dois precisam unir forças e juntos
enfrentar todos os inúmeros obstáculos que vão ter pela frente.
Um dos focos da trama é o valor da amizade entre os irmãos.
Ambos enfrentam situações extremas na luta pela sobrevivência, em uma França
repleta de soldados nazistas. Mostra-se também todo o sofrimento da família e
as escolhas difíceis que precisam tomar para proteger a todos. A figura do pai
é emblemática aos olhos dos irmãos, barbeiro e trabalhador, vê seu mundo
desabar com as ameaças que recebe mas jamais perde a ternura e o carinho pelos
seus filhos. Uma bela atuação do ótimo ator argelino Patrick Bruel.
O longa mostra o amadurecimento precoce dos jovens e uma
vivência que levaram para o resto da vida. Como filme, Os Meninos Que Enganavam Nazistas, não acrescenta muito sobre fatos
e relatos já vistos, lidos sobre os conflitos históricos da década de 40 na
Europa. Há uma delicadeza na direção em algumas sequências, tenta mostrar todo
um sofrimento de maneira até certo ponto superficial.