A inumanidade que se causa a um outro, destrói a humanidade
em nós. Depois de dois bons longas anteriores dessa trilogia (que tem uma linha
de tempo diferente da história protagonizada por Charlton Heston no final da década
de 60) repleta de ação e aprendizado sobre a humanidade, Matt Reeves (Cloverfield), cineasta nova iorquino responsável
também pelo próximo filme do Batman que está em pré produção atualmente, volta para
trás das câmeras, após dirigir o anterior da franquia, e com muita competência realiza
um trabalho quase impecável no bom filme Planeta
dos Macacos: A Guerra. Livremente baseado no livro La Planète des Singes,
de Pierre Boulle, voltamos a encontrar o inteligente Cesar, brilhantemente
interpretado pelo genial Andy Serkis (que merece uma indicação ao Oscar faz
tempo).
Na trama, ambientada tempos depois das histórias dos longas
anteriores, um exército de soldados sedentos por sangue e liderados por um
louco e impiedoso coronel (Woody Harrelson) está a caça de Cesar e seu grupo.
Após o esconderijo de Cesar ser encontrado e o Coronel matar parte de sua
família, o líder dos macacos embarca em um plano para se vingar e também
proteger toda a sua espécie.
A arrogância humana vs a consciência de um protagonista
emblemático e muito querido. Durante todos os filmes fica evidente a luta de
Cesar em tentar um entendimento, algum acordo de paz para que confrontos
violentos não voltem a acontecer. Extremamente inteligente, não só em campo de
batalha, o grande personagem dessa franquia está mais velho e o que o motiva
acaba sendo a vingança, provocado constantemente por um ex-militar
completamente insano que já não sabe mais viver em sociedade após, provavelmente,
os acontecimentos catastróficos deduzidos de seu passado. Aliás, para
personagens peculiares e repletos de loucura, só chamar o Woody Harrelson que
ele resolve.
Os carismáticos personagens, do grupo de Cesar, se tornam
coadjuvantes de luxo dando ritmo e carisma para os acontecimentos desse último
filme da trilogia que aborda Cesar de maneira diferente dos tempos de Heston e
companhia. A harmonia entre as espécies, grande objetivo do protagonista, em
todos os filmes, não deixa de chegar como uma crítica a nossa sociedade que
repleta de arrogância em sua ‘frente de batalha’ deixa de aproveitar
oportunidades de união entre povos que vivem e usufruem do mesmo planeta.