Como seguir em frente após a dor da perda? Após o aguardado ‘Hitchcock’ de cinco anos atrás, o
cineasta e roteirista britânico Sacha
Gervasi volta para trás das câmeras para contar uma história sobre perdas. ‘November Criminals’, com previsão de ir
direto pra home vídeo aqui no Brasil, não é um suspense, não é um filme sobre o
amor, é uma jornada as vezes profunda, as vezes muito rasa e complexa sobre
como entender que algumas perguntas não possuem as respostas que queremos. Na
pele dos protagonistas, Chloë Grace
Moretz e Ansel Elgort, dois
rostos famosos da nova geração.
Na trama, conhecemos o jovem e quase graduando Addison (Ansel Elgort) que vive dias
turbulentos e ansiosos por conta do recente falecimento precoce de sua mãe e o
nervosismo de conseguir passar para a universidade de letras. Seu ponto de
equilíbrio, além de seu carinhoso pai Theo (David Strathairn), é Phoebe (Chloë
Grace Moretz) sua namorada. Tudo fica muito confuso na mente do
protagonista quando um grande amigo é assassinado em uma cafeteria e tem o nome
ligado a gangues que dominam o submundo da cidade onde vivem. Correndo contra o
tempo para tentar provar, de alguma forma, que o amigo não era ligado ao mundo
do crime, Addison embarca em uma dolorosa jornada onde tem o risco de por tudo
a perder.
Tudo gira em torno do caos emocional que vive Addison. Após
perder sua mãe, por conta de um aneurisma surpreendente, não consegue seguir em
frente de certa forma por não conseguir encontrar todas as respostas para suas
perguntas. Mesmo tendo zonas de equilíbrio, quando está com a namorada, ou nas
conversas matinais com o pai, um estopim chega como um vulcão, a morte de um
amigo querido. Totalmente inconseqüente em seus atos a partir da definição de
que iria investigar por sua própria conta o crime ocorrido, o personagem
embarca em uma estrada melancólica, desenfreada em busca das verdades que
achava que existia. Esse conflito interno é o que guia o filme, que certos
momentos parece bem confuso ao longo dos seus curtos 85 minutos de projeção.
Os coadjuvantes possuem um papel apenas na superfície do
roteiro. Uma pena, ótimos personagens poderiam causar um maior impacto de
compreensão sobre as características dos personagens. A mãe de Phoebe,
interpretada pela sempre ótima Catherine
Keener, aparece pouco mas na figura de mãe protetora, pouca desenvolvida na
história. O experiente ator David
Strathairn e seu Theo ganham luz apenas no ato final, um completo tardio
para a rica história de pai e filho que poderia também ser anexada as emoções
que preenchem o longa.
November Criminals
usa do carisma dos protagonistas, algumas vezes até parecendo os mesmos
personagens de outros filmes, para tentar sustentar uma trama com bons e
incompreensíveis momentos.