04/12/2017

Crítica do filme: 'November Criminals'


Como seguir em frente após a dor da perda? Após o aguardado ‘Hitchcock’ de cinco anos atrás, o cineasta e roteirista britânico Sacha Gervasi volta para trás das câmeras para contar uma história sobre perdas. ‘November Criminals’, com previsão de ir direto pra home vídeo aqui no Brasil, não é um suspense, não é um filme sobre o amor, é uma jornada as vezes profunda, as vezes muito rasa e complexa sobre como entender que algumas perguntas não possuem as respostas que queremos. Na pele dos protagonistas, Chloë Grace Moretz e Ansel Elgort, dois rostos famosos da nova geração.

Na trama, conhecemos o jovem e quase graduando Addison (Ansel Elgort) que vive dias turbulentos e ansiosos por conta do recente falecimento precoce de sua mãe e o nervosismo de conseguir passar para a universidade de letras. Seu ponto de equilíbrio, além de seu carinhoso pai Theo (David Strathairn), é Phoebe (Chloë Grace Moretz) sua namorada. Tudo fica muito confuso na mente do protagonista quando um grande amigo é assassinado em uma cafeteria e tem o nome ligado a gangues que dominam o submundo da cidade onde vivem. Correndo contra o tempo para tentar provar, de alguma forma, que o amigo não era ligado ao mundo do crime, Addison embarca em uma dolorosa jornada onde tem o risco de por tudo a perder.

Tudo gira em torno do caos emocional que vive Addison. Após perder sua mãe, por conta de um aneurisma surpreendente, não consegue seguir em frente de certa forma por não conseguir encontrar todas as respostas para suas perguntas. Mesmo tendo zonas de equilíbrio, quando está com a namorada, ou nas conversas matinais com o pai, um estopim chega como um vulcão, a morte de um amigo querido. Totalmente inconseqüente em seus atos a partir da definição de que iria investigar por sua própria conta o crime ocorrido, o personagem embarca em uma estrada melancólica, desenfreada em busca das verdades que achava que existia. Esse conflito interno é o que guia o filme, que certos momentos parece bem confuso ao longo dos seus curtos 85 minutos de projeção.

Os coadjuvantes possuem um papel apenas na superfície do roteiro. Uma pena, ótimos personagens poderiam causar um maior impacto de compreensão sobre as características dos personagens. A mãe de Phoebe, interpretada pela sempre ótima Catherine Keener, aparece pouco mas na figura de mãe protetora, pouca desenvolvida na história. O experiente ator David Strathairn e seu Theo ganham luz apenas no ato final, um completo tardio para a rica história de pai e filho que poderia também ser anexada as emoções que preenchem o longa.

November Criminals usa do carisma dos protagonistas, algumas vezes até parecendo os mesmos personagens de outros filmes, para tentar sustentar uma trama com bons e incompreensíveis momentos.